A notícia de que a Caixa Econômica Federal havia destituído três gerentes, que deram parecer contrário à compra de R$ 500 milhões em letras financeiras do Banco Master, causou imensa preocupação à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), à Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e às Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcefs).
Os funcionários eram gerentes da Caixa Asset, subsidiária responsável pela gestão de ativos do banco. A notícia foi veiculada pela coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo. Segundo o parecer sigiloso, obtido pelo jornal, a operação foi considerada atípica e arriscada e, portanto, desaconselhada.
Os gerentes responsáveis pelo parecer deixaram os cargos depois de quatro dias e a medida foi considerada uma tentativa de eliminar resistências internas ao negócio.
A conselheira eleita do Conselho Administrativo da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, anunciou que vai tomar providências para que o diretor-presidente da Asset seja chamado para esclarecer o fato.
Rafael de Castro, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, lamentou o ocorrido.
“Mais uma vez, vemos empregados sendo punidos por cumprir sua função e, com base em questões técnicas, garantir que o banco não tenha prejuízos. A quem interessa a transação?”, questionou o coordenador da CEE, acrescentando que “isso precisa ser apurado, pois é a credibilidade da Caixa e recursos públicos que estão em jogo”.
*Fontes: Fenae, Contraf-CUT, Rede Brasil Atual
*Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil