Caixa: bancários são contra MP 995

 

Funcionários da Caixa Econômica Federal são contrários à proposta de entregar setores do banco para a iniciativa privada. A Medida Provisória 995, editada pelo Governo Federal na última semana, prevê que a Caixa Econômica Federal possa abrir o capital de empresas subsidiárias, como a de seguros e de cartões.

 

 

Nossa luta histórica é pela Caixa 100% Pública. Somos contrários a qualquer tipo de venda que possa enfraquecer a nossa instituição, que é uma das mais importantes para o desenvolvimento do Brasil”, garantiu Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa). A MP, que foi encaminhada ao Congresso Nacional, prevê que as subsidiárias do banco público estariam autorizadas a incorporar ações de outras sociedades empresariais e a aquisição controle societário ou participação minoritária em empresas privadas.

 

A proposta, assinada pelo presidente e pelo ministro da Economia Paulo Guedes, foi criada para a venda das subsidiárias Caixa Seguridade, quarto maior grupo segurador do país, e Caixa Cartões, voltada para o setor de meios de pagamento. A ideia é que a Caixa continue societária nesses negócios embora a modelagem ainda não esteja definida.

 

“A edição de uma MP que coloca em risco um dos principais patrimônio da população brasileira, a Caixa, no momento que o país atinge a triste marca 100 mil mortes por covid-19, demonstra que o único objetivo do governo é vender o patrimônio público. Não tem nenhuma consideração com a vida”, analisou o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto. Ele revelou, ainda, que as entidades estudam medidas cabíveis para impedir que o governo faça a privatização da Caixa. 

 

A Conselheira de Administração da Caixa, Rita Serrano, destaca que, na verdade, isso já vinha sendo feito, e que questionava no CA que não havia legislação que autorizasse, o que agora lamentavelmente ocorre com a MP. “Estão legalizando um processo que já acontece. A Caixa criou subsidiárias nas áreas de cartões e loterias, anunciou que na de seguros será a primeira a ser feito IPO, inclusive já comunicando o mercado; quer criar em DTVM e fala em um banco digital”, conclui.