O Conselho de Administração do Banco do Brasil aprovou e a instituição fará o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) do Banco do Brasil na próxima semana. A antecipação do pagamento foi uma reivindicação do movimento sindical, através da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
O pagamento aos funcionários será realizado na terça-feira, 31 de agosto, mesma data em que serão distribuídos os dividendos aos acionistas. “Os funcionários deram duro para chegar ao lucro atingido. Nada mais justo eles terem direito a receber esse valor o mais rapidamente possível. Acionista não faz parte da geração do lucro, mas é a parte que explora, através do capital, os trabalhadores para aumentar cada vez mais o lucro para seus dividendos, que inclusive são livres de tributação, ao contrário da PLR”, afirmou João Fukunaga, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).
Vale lembrar que o pagamento da PLR Banco do Brasil 2021, conquistada após a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho na Campanha Nacional de 2020, só ocorre após a distribuição de dividendos, ou juros sobre capital próprio, aos acionistas – incluindo o governo, que detém 50% das ações do BB; investidores estrangeiros com 21,5%; investidores nacionais com 28,1%; e ações em tesouraria, com 0,4%.
Ou seja: não é possível simular previamente a PLR do Banco do Brasil 2021 porque este cálculo depende de etapas (separar o montante para os acionistas; fazer a distribuição para os acionistas, calcular o salário paradigma e a quantidade de salários e o módulo bônus para enfim, fazer o pagamento da PLR).
Importante frisar que o Acordo Coletivo de Trabalho do BB prevê o pagamento da PLR 10 dias úteis após a distribuição de dividendos. A antecipação é um pedido do movimento sindical todo ano – reivindicação essa que é sempre atendida.
“A rotina do funcionário do BB é cumprir metas cada vez maiores em meio a um cenário de pandemia, enfrentar sobrecarga por conta da redução do número de funcionários, menores oportunidades de crescimento profissional, e ameaças de perda de função, ou descomissionamento”, afirma Fukunaga.
Cotidiano esse que, em muitos casos, fazem com que algo possa passar despercebido pelo bancários. “Incluindo a redução do share no agronegócio, a concorrência das Fintechs, a ameaça do Open Banking e as ameaças constantes de privatização, a qual parte dos funcionários não acredita, mas que já foi defendida muitas vezes, inclusive pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes, na reunião ministerial divulgada em maio do ano passado, na qual o presidente disse cogitar a questão após 2022”, completou Fukunaga.
Em 2019, os acionistas receberam em 30 de agosto, e a PLR foi paga no mesmo dia. Já no ano seguinte, em março, tanto os acionistas quanto os funcionários receberam em 5 de março. Já em setembro de 2020, os acionistas receberam em 31 de agosto e, como foi ano de renovação do ACT, a PLR foi paga após a assinatura do acordo, em 20 de setembro. Em março de 2021, os acionistas receberam em 3 de março e a PLR paga no dia 12 de março.