BB: negociações avançam após greve de 24 horas

PLR linear chega a 4% do lucro líquido e percentural do salário bruto tem mínimo de 40%, PP é reduzida e haverá nova negociação na próxima semana. “A direção do banco usa a tática de tirar de um bolso e colocar no outro”, disse o sindicalista Marcelo Quaresma (foto)

Depois da paralisação de 24 horas, no dia 28, a direção do BB avançou nas propostas sobre Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e Parcela Previ (PP), um redutor de aposentadorias, na negociação com a Comissão de Empresa dos Funcionários (COE-BB), na negociação do dia 29.
A PLR semestral passa a distribuída linearmente de 3% para 4%, cerca de R$ 950. Já a proposta da parcela fixa caiu de R$ 375 para R$ 365. Um total de R$ 1.316 fixos para todos. No bônus da PLR, o valor acrescido ao Módulo Básico, o percentual mínimo saiu de 25% para para 40%.
Apesar do avanço, a proposta de PLR do banco apresenta um retrocesso ao querer, novamente, vincular o Módulo Bônus ao cumprimento de metas.
A COE-BB reivindica que o mínimo de 40% seja garantido a todos, como ocorre nos bancos privados da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que a direção do BB se comprometeu a seguir este ano e que o banco praticou em 2003 e 2004, no governo Lula. A Comissão também pretende que nenhum funcionário receba menos do que recebeu no ano passado como PLR, uma vez que o lucro do Banco do Brasil, nos dois últimos semestres, aumentou.
Na questão da PP, os negociadores do banco apresentaram a redução de 1.539 para 1.486,21, o que corresponde R$ 1.373 reivindicados pela COE-BB, corrigidos pelo reajuste dos aposentados: 6,92%. Além disso, o benefício mínimo passaria de 20% para 40% da PP. A direção ainda propôs a vinculação da mudança a uma alteração do Fundo de Paridade, o que dependeria de consulta aos associados.
“A melhoria na PLR e na PP são anseios históricos do funcionalismo do BB, mas a direção usa a tática de tirar de um bolso e colocar no outro, quando vincula a PLR a metas e a PP ao Fundo de Paridade. Os funcionários adoecem correndo atrás das metas e a direção do banco finge não entender que os remédios custam caro. Assim caminha o patronato brasileiro, inclusive o do governo Lula, com passos de formiga e sem vontade. Depois, reclamam das greves”, comentou Marcelo Quaresma (BB), diretor de Imprensa e Comunicação do Sindicato (foto).
Nova negociação foi marcada para a próxima semana, mas ainda sem data definida. Já a próxima assembléia dos bancários está marcada para o dia 5, quarta-feira, quando será votado o indicativo nacional de greve por tempo indeterminado, a partir de 6 de outubro.