Agências com até sete funcionários terão nomeação interina, e assédio moral será analisado por comitês de ética.
Nesta terça-feira, dia 1º, na segunda negociação específica do Banco do Brasil (foto), sobre Saúde e Condições de Trabalho, a direção do banco negou o fim da lateralidade e a volta das substituições, mudança que, segundo o BB, teria permitido o aumento das comissões permanentes, na reestruturação de 2007. Apesar disso, ficou acordado que, nas agências com até sete funcionários, será criada a “nomeação interina” de alçada das superintendências.
Em outra questão também até então inegociável, os negociadores do Banco do Brasil admitiram “problemas comportamentais” de administradores e prometeram, ainda para este mês, a distribuição de uma cartilha sobre o assédio moral para todos os funcionários, aos quais orientou que façam denúncias à Ouvidoria. Houve ainda acordo sobre a instalação de comitês de ética com a participação dos sindicatos, até dezembro, para analisar casos de assédio moral e punir os assediadores.
Nas demais cláusulas do tema do dia (dotação, pagamento no retorno de licença, ponto eletrônico, folgas, jornada ininterrupta e política de saúde), os negociadores do banco alegaram não ter propostas ainda.
Terceira negociação específica será dia 11
A terceira rodada específica do BB ficou agendada para o dia 11, sexta-feira, quando estarão na pauta licença maternidade, auxílio-creche, auxílio-educação, previdência suplementar, vale-transporte, Plano de Carreira, Plano de Cargos e Salários e negociação permanente.
“As mudanças na lateralidade afetarão poucas agências e ainda dependerão de cada Superintendência, mas o importante é que a direção admitiu que o fim das substituições gerou problemas”, comentou Marcelo Quaresma, sindicalista do BB em Niterói e Região. Segundo ele, a lógica do movimento sindical prevaleceu e, agora, nos cabe ampliar o alcance dessas mudanças, quem sabe, ainda nesta Campanha.
“Quanto ao assédio moral, se os comitês de ética funcionarem de fato, a mudança pode ser significativa”, observou Quaresma. “Para tanto, é preciso também que as denúncias aumentem e que os colegas não temam serem testemunhas, uma vez que gravações não autorizadas não são legais e até podem ser usadas juridicamente contra os próprios denunciantes”, afirmou o sindicalista.
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Foto: Agnaldo Azevedo/Contraf-CUT