“Precisamos debater a pressão excessiva por metas abusivas que sempre foi um problema gerador de adoecimentos, e que se tornou ainda mais grave neste momento de pandemia”; essa é a visão do coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga sobre a próxima reunião entre o CCBB e o comando do banco. O encontro, virtual, acontecerá na próxima sexta (14).
A pauta da terceira mesa de negociação é saúde. Dados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) mostram que, entre 2009 e 2013, houve um aumento de 40,4% no total de benefícios concedidos aos bancários, enquanto que para as demais categorias profissionais o crescimento foi de 26,2%.
“Saúde é um tema central desta campanha, não só por causa da pandemia do coronavírus, mas também porque é um debate que permeia a vida dos bancários, que trabalham para um dos setores que mais causam adoecimentos, e que sempre resulta em embate entre as duas partes da negociação”, ressalta João Fukunaga, diretor executivo do Sindicato e coordenador da CEBB.
Os dados do INSS mostram, ainda, que entre 2009 a 2018 mais da metade (56%) dos afastamentos de bancários foram reconhecidos como doença do trabalho, sendo as mais comuns: depressão, ansiedade, estresse e as LER/Dort. As doenças psicológicas foram progressivamente tornando-se prevalentes; de 2013 em diante, passaram a ser maiores que as Ler/Dort.
Já o Observatório de Saúde do Trabalhador, do Ministério Público do Trabalho, aponta que a incidência das doenças mentais e tendinites entre bancários é no mínimo de 3 a 4 vezes maior que a da maioria da população. “Precisamos fazer uma discussão séria a respeito desta questão. Nem que seja no futuro, o banco terá de discutir os problemas relacionados a este ponto. Nas negociações anteriores, avançamos bastante no Acordo Coletivo de Trabalho, mas ainda existem itens do contrato de trabalho que não garantem isonomia para os bancários incorporados a respeito do plano de saúde. Nossa pauta de reivindicações tem cláusulas que garantem isonomia, e o banco tem de avançar neste debate”, afirma Getulio Maciel, dirigente sindical e representante da CEEB pela FETEC-CUT/SP.