Isso deve significar que o sonho dos aposentáveis pode virar um pesadelo para os que continuarem na ativa
O plano de demissão incentivada no Banco do Brasil, tão sonhado por alguns, talvez milhares, de nós, pode sair nesta quarta-feira, 17 de Junho.
Se não acontecer, deve sair nos próximos dias, pois já é muito mais que um boato.
Afinal, no recente corte de 70 bilhões de reais do Governo, a meta do BB é de economizar 1 bilhão nas despesas administrativas.
Isso deve significar que o sonho dos aposentáveis pode virar um pesadelo para os que continuarem na ativa (cerca de 85% dos funcionários), uma vez que tal plano, tantas vezes adiado, sai agora, muito em função da crise no país.
Nesse contexto, dificilmente, os milhares que saírem serão substituídos em sua totalidade por concursados aprovados que estão na fila de espera.
Resultado: vai sobrar menos gente para cumprir as metas abusivas e para sofrer o assédio moral por elas.
Um pesadelo infernal!
Será preciso também que os aposentáveis, entre eles eu, pensem bastante para que não tornem seu sonho um pesadelo.
Os oito salários que se vem falando de incentivo é muito pouca coisa, a ser confirmado.
Em planos anteriores, em outras empresas, o incentivo já foi de um salário por ano trabalhado. E, no BB, já foi mais de oito.
Além disso, ao se aposentar, todos perdem o tíquete e a cesta alimentação, além da PLR.
E, dependendo de cada caso, alguns perdem outros benefícios indiretos e/ou salariais sem impacto na aposentadoria.
Há que se fazer essas contas!
Porém, nesse momento, o mais importante é a questão da Cassi.
A Direção do Banco vem acenando com o fim da cobertura médica para os aposentados.
É claro que isso terá que passar pelo voto dos associados, pois seria uma mudança estatutária.
Mas, o que fará a maioria do funcionalismo da ativa, pensando de forma imediatista, diante de uma proposta, por exemplo, de a Cassi não atender mais os aposentados em troca de não onerar mais a coparticipação dos ativos?
Quantos se esquecerão que um dia, ainda que distante, vão se aposentar ou que podem não efetivar o sonho de sair do BB antes da aposentadoria?
Diante dessa realidade, uma questão crucial para se decidir pela adesão ou não ao plano será a garantia ou não da continuidade, até a morte, da cobertura da Cassi aos aposentáveis de hoje e seus dependentes legais.
Pensem nisso, aposentáveis – eu vou pensar -, ou avisem isso aos aposentáveis!
Marcelo Quaresma (BB)
Vice-Presidente – Seeb Niterói e Região