Os bancos criaram 2.840 empregos no Brasil durante os três primeiros meses deste ano, mas a remuneração média dos contratados foi 37,85% inferior em relação à dos demitidos.
Os bancos criaram 2.840 postos de trabalho no Brasil durante os três primeiros meses deste ano, quando contrataram 11.053 trabalhadores e demitiram 8.213. No entanto, a remuneração média dos admitidos foi 37,85% inferior em relação à dos desligados (R$ 2.197,79 contra R$ 3.536,38). A disparidade maior é em relação às mulheres: as bancárias foram admitidas recebendo salário 32,71% inferior ao dos homens (R$ 1.770,20 contra R$ 2.630,59).
Esses são alguns dos principais resultados da quinta edição da Pesquisa de Emprego Bancário realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As duas entidades realizam esse levantamento desde o ano passado, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego.
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A defesa do emprego foi uma das principais bandeiras da campanha salarial do ano passado, que conseguiu que Banco do Brasil e Caixa Federal assinassem um acordo assegurando a contratação de 15 mil novos trabalhadores. Este ano, o emprego será novamente uma das principais reivindicações.
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No mesmo período (entre janeiro e março) de 2009, os bancos fecharam 1.354 postos de trabalho. Entre outubro e dezembro, geraram 1.455 novos empregos.
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Outros setores criaram mais empregos
Na comparação com outros segmentos da economia, no entanto, o sistema financeiro foi um dos que menos gerou empregos no primeiro trimestre do ano: apenas 0,43% dos 657.259 novos postos de trabalho criados por toda a economia brasileira. O setor que criou mais vagas de trabalho foi o da construção civil (127.694 novos empregos, 19,43% do total da economia).
A pesquisa Contraf-CUT/Dieese revela que as novas vagas nos bancos se concentraram nas faixas salariais mais baixas, com predominância para o segmento entre 2 e 3 salários mínimos, que registrou um saldo de 4.223 postos de trabalho. A partir daí, todas as faixas apresentam saldo negativo de emprego, com destaque para o segmento de 5,01 a 7,0 salários mínimos, onde houve a diminuição de 1.293 postos de trabalho.
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Apesar de usarem as demissões para contratar por salários menores, os bancos continuam aumentando sem parar a sua lucratividade. Apenas os cinco maiores bancos apresentaram lucro líquido de R$ 9,5 bilhões no primeiro trimestre do ano.