Em um cenário de pandemia, avanço da digitalização e pressão para redução de custos, os bancos encerraram as atividades de 399 agências e tiraram 726 caixas eletrônicos de operação no primeiro trimestre deste ano. No mesmo período, foram demitidos 2.900 funcionários, com destaque para escriturários e gerentes.
Dados do Banco Central mostram que, de dezembro de 2016 para cá, as instituições financeiras já fecharam as portas de mais de 4.000 agências bancárias, o equivalente a quase 20% do total que possuíam há cinco anos.
Somente de janeiro de 2020 para cá, 13,2 mil bancários foram desligados, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) –o cadastro mudou a metodologia a partir de 2020 e não permite comparação com períodos anteriores.
Qual banco mais fechou agências neste início de ano? Quem mais reduziu sua estrutura entre janeiro e março foi o Banco do Brasil, que entrou na mira do presidente Jair Bolsonaro exatamente após anúncio de um plano de demissões e fechamento de agências. Em março, o presidente-executivo do BB, André Brandão, renunciou ao cargo após pressões do governo para sua saída.
Os dados mostram que pelo menos parte desse plano realmente foi implementado. Diferentemente da Caixa, que manteve o mesmo número de pontos físicos de atendimento, o Banco do Brasil fechou as portas de 207 agências.
O elevado número de escriturários demitidos no período (2,1 mil) também apontam para uma aceleração no enxugamento de pessoal –essa ocupação é considerada como uma espécie de porta de entrada no banco.
BANCO | NÚMERO DE AGÊNCIAS EM MARÇO DE 2021 | NÚMERO DE AGÊNCIAS FECHADAS NO ANO |
---|---|---|
BANCO DO BRASIL | 4161 | 207 |
CAIXA | 3372 | 0 |
BRADESCO | 3309 | 82 |
ITAÚ UNIBANCO | 2800 | 41 |
SANTANDER | 2694 | 64 |
Fonte: Banco Central |
Fonte: 6 Minutos / UOL