A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) e representantes da direção do BB se reuniram, na última semana, quando a CEBB ouviu da empresa propostas para a plataforma Conexão (sistema de métricas de metas), com impactos na avaliação da Gestão de Desempenho Profissional (GDP).
Segundo o banco, o sistema de metas do Conexão será estendido para escriturários e assistentes, “a pedido dos funcionários que ocupam esses cargos”. Também houve revisão do modelo que, de acordo com a empresa, passa a ter foco no cliente. Além disso, o banco não permite mais que um gestor possa dar a pontuação máxima para todos os funcionários, numa mesma avaliação.
A representante do banco explicou que “o avaliador pode dar nota máxima, dar o mesmo placar de competência, o que limitamos é dar cinco para todo mundo, porque nem tudo mundo desempenha as mesmas competências no mesmo nível.”
A coordenadora da CEBB, Fernanda Lopes, fez algumas ressalvas quanto a essa explicação do banco.
“Apesar de o banco ter dito que incluiu escriturários e assistentes, a pedido deles mesmos, o que temos recebido dos funcionários é o contrário: muita reclamação por terem sido incluídos. Também não ficou muito claro na reunião como funcionarão os parâmetros novos de metas”, destacou a coordenadora da CEBB, Fernanda Lopes.
Os trabalhadores também estão preocupados com a impossibilidade de dar pontuação 5 para todos da equipe, porque induz à gestão por assédio. Ou seja, o banco impõe um limitador para conceder pontuação máxima para todos os funcionários de uma mesma equipe, mas não um limitador para pontuação mínima de todos da equipe.
O banco recebeu as críticas e ficou de reavaliar o modelo que limita a possibilidade de conceder pontuação máxima.
“Voltamos a cobrar que a GDP seja um instrumento de aprimoramento e entendemos que essas mudanças apresentadas na reunião, pelo banco, continuam facilitando a utilização da ferramenta para o assédio”, destacou Fernanda Lopes.
A coordenadora reiterou que a CEBB voltou a cobrar do banco a construção conjunta, com os funcionários, de um sistema de avaliação sem metas que adoecem, e passando pela formação de gestores. Segundo ela, “hoje muitas ferramentas que estão sendo usadas estimulam a gestão que adoece.”
Descomissionamento
Entre os pedidos dos funcionários, na reunião de 30 de maio, estava a suspensão do descomissionamento até que o banco implementasse correções em distorções que tornam a GDP um instrumento de assédio. Entretanto, o movimento sindical registrou que novos descomissionamentos ocorreram ao logo deste ano.
Na última mesa de negociação, o banco afirmou que os descomissionamentos estão suspensos e permanecerão assim até a primeira quinzena de agosto.
Entenda
- O banco apresentou alterações na plataforma Conexão, com impactos na avaliação da GDP.
- Com a mudança, a plataforma Conexão passa a reunir todos os relatórios de metas em um só local e individualiza ainda mais as responsabilidades pelo alcance das metas do setor.
- Na nova proposta, o avaliador não poderá dar nota máxima para todos da equipe, porém não existe o mesmo limitador em caso de notas mínimas.
- O banco também anunciou que o processo de descomissionamento segue suspenso até a primeira quinzena de agosto, porém o movimento sindical denuncia que descomissionamentos já ocorreram nos últimos meses.
- Os representantes dos trabalhadores na mesa de negociação criticaram a nova plataforma Conexão, por entender que ela induz ainda mais à gestão por assédio.
- Os funcionários também mantiveram o pedido de suspensão do descomissionamento, até que o banco implemente correções em distorções que tornam a GDP um instrumento de assédio.
Confira as datas das mesas permanentes temáticas:
12/07 – Centrais de Relacionamento do Banco do Brasil (CRBB);
20/07 – Promoção da Diversidade/Igualdade de Oportunidade;
11/09 – Plano de Cargos e Salários e Programa Performa;
28/09 – Caixa de Assistência dos funcionários do Banco do Brasil (Cassi).
*Fonte: Contraf-CUT