Nessa terça (11), o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) voltaram a se encontrar para debater demandas da Campanha Nacional da categoria. E, durante a terceira mesa de negociação, os trabalhadores reivindicaram dos patrões ações para garantir a saúde de quem está trabalhando em home office e de quem está trabalhando presencialmente, além de ações para combater metas abusivas.
“Apresentamos na mesa dados que comprovam que o alto índice de adoecimento da categoria bancária, e a relação desses adoecimentos com a grande pressão e assédio moral que os trabalhadores sofrem frequentemente pelo cumprimento de metas que muitas vezes são irreais. Na pandemia de coronavírus isso se agravou e as metas ficaram ainda mais difíceis de serem cumpridas diante de uma economia abalada pela crise sanitária. Mas por outro lado, os bancos responderam propondo retirada de direitos. A categoria não aceita nenhum direito a menos”, afirmou uma das coordenadoras do Comando Nacional, a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e Regiões, Ivone Silva.
Dentre as reivindicações, está a manutenção de todas as cláusulas sobre o tema na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT); medidas para garantir a saúde de quem está em home office, que já estão previstas na na proposta da cláusula sobre o home office; adoção de medidas de proteção contra o coronavírus; adoção de medidas de prevenção contra surtos, epidemias e doenças crônicas; além de ações contra metas abusivas.
A contraproposta feita pelos bancos foi de retirada de direitos dos bancários. Na cláusula 29, a alteração proposta foi de reduzir de 24 para 12 meses a complementação salarial feita pelo banco para o profissional que esteja recebendo auxílio-doença previdenciário ou auxílio-doença acidentário. Já na cláusula 57, que prevê o pagamento de um adiantamento por até 120 para o bancário que esteja esperando o benefício da Previdência, a alteração seria a redução desse período para 90 dias.
A Fenaban propôs, ainda, a volta do ranking de performance, algo proibido desde 2011. “Com o ranking de performance, o que os bancos querem é incentivar a concorrência entre os trabalhadores e estimular as vendas para bater metas. É justamente esse forma de gestão dos bancos que adoece a categoria. Não podemos aceitar esse retrocesso, nem retrocessos nos direitos previstos na CCT”, destacou Ivone.
Dentre as medidas requisitadas, está que seja incluído na CCT a obrigatoriedade dos bancos fornecerem equipamentos de proteção contra a Covid-19, como máscaras e álcool em gel, além da adoção de medidas como o controle de acesso de clientes nas agências. Também está sendo solicitado apoio terapêutico para questões relacionadas à saúde pública; a criação de um programa de atenção integral à saúde do bancário, com foco na prevenção de doenças crônicas; garantia de vacinação anual contra gripe, HPV, e doenças decorrentes de surtos e/ou epidemia com extensão para os seus dependentes e cônjuges; proibição de abertura de agências em reforma; realização de exames periódicos de anemia falciforme para empregados afrodescendentes e promovam campanhas de combate e prevenção à hipertensão arterial, com atenção aos empregados afrodescendentes.