Bancários querem mais fiscalização

Declaração foi aprovada na 7ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais do Itaú, Santander, HSBC e BBVA, no Chile.

A crise econômica mundial exige mais fiscalização dos bancos pelos governos, com proteção aos empregos e participação da sociedade. Esse é o conteúdo de uma declaração conjunta que foi aprovada nesta terça-feira, 6 de dezembro, na 7ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais do Itaú, Santander, HSBC e BBVA, que acontece em Santiago, Chile. Os participantes defendem uma nova regulamentação do sistema financeiro.

O evento, aberto na segunda-feira, dia 5, é promovido pela UNI Américas Finanças e Comitê de Finanças da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS) e termina nesta quarta-feira, dia 7, com as reuniões específicas das redes sindicais dos quatro bancos internacionais. Participam 94 dirigentes sindicais de 10 países: Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Peru, México, Costa Rica e Espanha.


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“A aprovação do documento, que traz as propostas dos trabalhadores, é fruto de uma construção coletiva, com a contribuição de todas as entidades sindicais que participaram do seminário, mostrando para a sociedade que nós precisamos de outro sistema financeiro, com as pessoas em primeiro lugar”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da UNI Américas Finanças.

A declaração conjunta apresenta uma introdução sobre as origens da crise financeira internacional e resgata os debates promovidos pelos bancários. “A UNI Finanças tem discutido com profundidade o tema e considera importante a construção de um acordo de supervisão e regulamentação sobre a crise, principalmente com o objetivo de manter o nível de emprego no sistema financeiro, evitando que os processos de reestruturação anunciados venham acontecer”, aponta.

Propostas dos trabalhadores

O texto foca a taxação do sistema financeiro, as agências de classificação de risco e propõe medidas de regulamentação. “Como princípio básico da nossa proposta de regulamentação do sistema financeiro devemos ter claro a importância dos trabalhadores e das trabalhadoras no centro das discussões”.

“A nova regulamentação deve prover condições de trabalho dignas para garantir um serviço bancário de qualidade e a devida assistência financeira aos clientes. As regras para a venda de produtos e a assessoramento devem ser revisadas e uniformizadas, a fim de garantir também melhores serviços bancários. Os produtos bancários devem ser criados para atender as necessidades dos clientes e dos setor produtivos nacionais. Portanto, o modelo de estabelecer metas antecipadas que buscam somente o aumento do lucro e da produtividade devem ser anulado, privilegiando modelos coletivos e, assim, evitar conflitos de interesses quanto aos programas de incentivos e a real necessidade apresentada pela clientela”, destaca.

“Para garantir melhor supervisão do sistema financeiro, é necessário a criação de ente regulador, que contemple a participação dos trabalhadoes e dos consumidores bancários, a fim de estabelecer uma visão mais ampla sobre como regulamentar o sistema financeiro”, salienta.

“A nova regulamentação deve também alcançar a remuneração dos altos executivos, promovendo uma revisão nos programas de incentivos e de pagamento de bônus. O controle, com a relação entre os salários e a planilha de resultados das empresas, deve ser considerado no novo modelo”, ressalta.

O documento cita a enorme desproporção entre a remuneração dos executivos e os salários dos funcionários. “Um grande banco brasileiro paga a seu presidente um valor mensal 400 vezes maior do que o salário médio de seus trabalhadores e trabalhadoras, provocando com isso uma grande desproporção nada razoável nos pagamentos”, compara.

“A nova regulamentação deve conter um sistema claro de proteção ao emprego”, enfatiza o documento.

Reunião das redes sindicais nesta quarta

Nesta quarta-feira, dia 7, ocorrem as reuniões das redes sindicais do Itaú, Santander, HSBC e BBVA. Confira a programação (em espanhol):

Contenido del las reuniones de redes por bancos:

– Evaluación del año 2011
– Propuestas de trabajo para el año 2012

9h30: Reunión general en plenario con todas las redes
10h: Reunión de los participantes de las redes por banco
11h30: Coffee break
11h45: Retorno a las reuniones de redes por banco
13h: Almuerzo en el hotel del encuentro
14h30: Presentaciones y resultados de las redes por banco en plenario general
16h30: Coffee break
16h50: Cierre de la 7ª Reunión Conjunta de las Redes y fotos de los presentes.

Fonte: Contraf-CUT
Foto: Ctesba/Chile