Bancários do BB não aceitarão redução na PLR

 

Apesar de serem rodadas de negociação em separado entre os bancos privados e os públicos, é clara a tentativa de retirada de direitos do trabalhador por parte de todos os empregadores. E, após a proposta feita pela Fenaban de diminuição da PLR dos funcionários de bancos privados, as Comissões de Funcionários dos bancos públicos já se preparam para propostas nesse sentido. Mas, se depender dos bancários do Banco do Brasil, o “não” já está colocado antes mesmo da proposta chegar.

 

“Discutir redução da PLR em meio à pandemia e diante de uma lucratividade tão expressiva representará mais uma mesquinharia que se somará às propostas de retirada de direitos já apresentadas. E não vamos aceitar qualquer proposta neste sentido”, adiantou João Fukunaga, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

 

A instituição teve, apenas no primeiro semestre deste ano, lucro líquido de R$ 6,7 bilhões. “É um desrespeito cogitar reduzir a PLR dos trabalhadores em um momento em que o banco apresentou lucro expressivo mesmo em plena pandemia, quando a pressão por metas está aumentando e as despesas foram reduzidas”, acrescenta o dirigente.

 

Atualmente, a regra da PLR do Banco do Brasil é diferente da aplicada nos bancos privados. A Fenaban propõe reduzir a parcela adicional de 2,2% para 2%. Mas isso só valeria para os bancos privados, já que no BB este percentual é de 4%.

 

Contudo, a regra básica engloba também o Banco do Brasil e afetará diretamente a PLR dos funcionários da empresa. A proposta da Fenaban é reduzir a regra básica da PLR anual para 72% do salário + Fixo de R$ 1.965,83, com limite individual de R$ 10.545,74 (desde que não ultrapasse 12,8% do lucro líquido do exercício). Vale lembrar que a proposta foi rejeitada na mesa de negociação pelo Comando Nacional dos Bancários. A regra básica atual consiste em 90% do salário + Fixo de R$ 2.457,29, com limite individual de R$ 13.182,18, e desde que não ultrapasse 12,8% do lucro líquido do exercício.

 

“Embora nossa regra seja diferente, o Banco do Brasil intensificou a pressão pelo lucro, aumentando em 40% as metas dos funcionários em home office e nas agências neste momento em que ainda estamos em plena pandemia”, enfatiza Fukunaga, que também é diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.