Bancários de Niterói fecham 100% das agências no primeiro dia de greve

Greve começa forte em toda região e vai continuar na quarta-feira (01). Bancários querem aumento salarial de 12,5% e melhorias na PLR

Os bancários de bancos públicos e privados de todo o país entram em greve nacional a partir desta terça-feira 30, por tempo indeterminado. A decisão foi tomada pelas assembleias realizadas pelos sindicatos na segunda-feira à noite, que ratificaram as decisões das assembleias do dia 25 e rejeitaram a nova proposta apresentada pela Fenaban, elevando o índice de reajuste de 7% para 7,35% (0,94% de aumento real) para os salários e demais verbas salariais e de 7,5% para 8% (1,55% acima da inflação). O Sindicato dos Bancários de Niterói e região fechou 100% das agências no primeiro dia de greve. Cerca de 238 unidades não funcionaram e quatro mil bancários aderiram ao movimento reivindicatório. O Seeb-Nit abrange 16 municípios ((Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Silva Jardim, Rio Bonito, Casimiro de Abreu, Tanguá, Maricá, Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Arraial do Cabo, São Pedro d’Aldeia, Cabo Frio, Armação de Búzios e Rio das Ostras).

Há várioss anos o Sindicato dos Bancários de Niterói e região atua com firmeza nas greves e mantém o fechamento de 100% de sua base. O primeiro dia foi marcado pela tranqüilidade. Nenhum incidente foi registrado em todos os municípios. A direção do sindicato garante que durante todo o movimento todas as agências permanecerão fechadas até que os banqueiros apresentem uma proposta que contemple os anseios da categoria.

“Iniciamos mais uma greve com 100% de adesão e todas as agências. A força da nossa categoria quando mobilizada repercute nacionalmente e nos permite conquistar avanços. O Sindicato de Niterói sempre esteve na vanguarda dos movimentos grevistas. Somos um dos poucos que conseguem uma adesão de 100% numa base territorial tão extensa quanto a nossa. O movimento vai continuar sem dia para terminar. Estamos nas portas dos bancos orientando a população. Reitero que vamos manter a escala de atendimento aos aposentados e pensionistas a partir do dia 1° de outubro como fazemos em todas as greves. Contamos com o apoio da população que, muita das vezes, não conhece o sofrimento vivido pelo bancário no seu cotidiano de trabalho”, destaca Heber Mathias Neto, Secretário de Imprensa do Seeb-Niterói.

O que para e o que funciona

Apenas as agências não estão funcionando como os caixas de atendimento e seções comerciais e gerenciais. Caixas eletrônicos, serviços de teleatendimento e centros administrativos continuam funcionando.

Proposta rejeitada

A greve a partir do dia 30 foi decidida em assembleia realizada em 25 de setembro, quando a categoria rejeitou reajuste de 7% de reajuste de 7% para os salários e verbas e de 7,5% para o piso propostos pela federação dos bancos (Fenaban).

Diante do expressivo número de trabalhadores nas assembleias em todo o país, a Fenaban marcou nova negociação para o último sábado 27 quando fez nova oferta ao Comando Nacional dos Bancários: 7,35% (0,94% de aumento real) de reajuste para salários e verbas e 8% (1,55% de aumento real) para o piso.

Considerada insuficiente, essa segunda proposta foi rejeita por unanimidade em assembleia realizada na segunda 29, na qual mantida a decisão de início da greve e organizado o movimento.

As principais reivindicações dos bancários

Reajuste salarial de 12,5%.

Piso Salarial de R$ 2.979,25

PLR: três salários mais parcela adicional de R$ 6.247.

14º salário.

Vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Gratificação de caixa: R$ 1.042,74.

Gratificação de função: 70% do salário do cargo efetivo.

Vale-cultura: R$ 112,50 para todos.

Fim das metas abusivas.

Combate ao assédio moral.

Isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde.

Manutenção dos planos de saúde na aposentadoria.

Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas como determina a Convenção 158 da OIT, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências; biombos em frente aos caixas e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Fonte: Imprensa Seeb-Nit