Encontro nacional acontece neste fim de semana em Brasília e o Sindicato de Niterói terá dois representantes na discussão
O Encontro Estadual sobre Isonomia dos funcionários da Caixa aconteceu no último sábado, 23 de agosto, para eleger os delegados do estado do Rio de Janeiro e as propostas que serão enviadas ao evento nacional. O encontro teve a participação de Sergio Farias, representante da Fetraf-RJ/ES na CEE/BB, de Fernando Neiva, Conselheiro Administrativo eleito pelos funcionários, e da advogada Marione Vieira Amaral Stanzani, da assessoria jurídica da Fetraf-RJ/ES.
A primeira fala foi a de Sérgio Farias, que traçou um breve panorama sobre as dificuldades que os empregados do BB enfrentam com relação à isonomia. “No BB a negociação é muito dura e tivemos avanços muito pequenos. A impressão que dá é que o banco está esperando que todos os pré-98 saiam. São 35 mil pré-98 num universo de 110 mil funcionários”, relata Sérgio. O sindicalista destaca que os avanços que os empregados da Caixa já tiveram no que se refere à isonomia servirão de base para as reivindicações no BB. “Vamos ficar de olho no encontro nacional de isonomia de vocês”, adianta Sérgio.
O Conselheiro Administrativo que representa os funcionários, Fernando Neiva, aproveitou a oportunidade para fazer sua primeira conversa com os bancários da Caixa no estado do Rio de Janeiro. Eleito em dezembro de 2013 e empossado em março deste ano, Neiva está, aos poucos, percorrendo os estados para conversar com os colegas. O CA destacou que todas as estatais tiveram eleição pra representante dos empregados no conselho e que a Caixa foi uma das últimas a realizar a eleição para o cargo. O conselheiro destacou também que sua atuação tem restrições. Além de uma cláusula de confidencialidade que o proíbe de divulgar o que é discutido nas reuniões mensais, Neiva também não pode participar das discussões sobre questões que envolvam três temas: salário, previdência e relações sindicais. “Isto é definido pela lei 12.353, que regulamentou a representação dos funcionários nos conselhos das estatais. A justificativa é evitar um conflito de interesses. Quando eles vão discutir estes assuntos, eu tenho que sair da sala”, relata.
Neiva relatou também que alguns dos outros 6 conselheiros não estão muito felizes com a presença e as demandas que têm sido apresentadas pelo representante do funcionalismo nas reuniões. “Em 153 anos, a Caixa tem, pela primeira vez, um “intruso no ninho”. E a luta que fazemos lá é para que a Caixa não fique presa à lógica de mercado, como já aconteceu com o BB. Brigamos muito para manter os programas sociais e também o serviço de penhor”, destaca. Mesmo sem nenhuma estrutura para trabalhar – o banco só envia as passagens e providencia a hospedagem para a participação nas reuniões – Neiva tem procurado trabalhar próximo aos colegas, percorrendo locais de trabalho para ouvir o que os bancários da Caixa têm a dizer.
Pressão social
A advogada Marione Stanzani participou do evento para dar as notícias menos agradáveis. “As conquistas de isonomia que os bancários da Caixa já receberam foram fruto de muita luta. E as ações judiciais por isonomia têm chances quase nulas, porque o Judiciário entende que quem entrou depois da decisão não tem direito, porque o contrato de trabalho é diferente”, relatou a assessora jurídica. A Dra. Marione lembrou ainda que a tramitação do projeto de lei ia muito bem até que entrou na questão orçamentária e que, daí em diante, empacou. “O melhor caminho é fazer ação política para pressionar o Congresso a aprovar o PL 6259,que trata do tema”, avalia.
A delegação foi definida durante o encontro e todas as propostas que foram apresentadas serão levadas ao Encontro Nacional sobre Isonomia na Caixa, que acontece no próximo dia 30 de agosto, em Brasília.
Estiveram presentes ao encontro estadual do Rio de Janeiro trabalhadores de base e representantes dos sindicatos da Baixada Fluminense, Itaperuna, Niterói, Rio de Janeiro e Três Rios. O encontro do Espírito Santo foi realizado no sábado anterior, 16 de agosto, em Vitória, e definiu a delegação e as propostas capixabas que serão encaminhadas ao evento nacional.
Fonte: Fetraf RJ/ES