Bancários com deficiência exigem respeito

Encontro nacional discutiu políticas de inclusão e houve críticas a programas dos bancos.

O 2º Encontro Nacional de Bancários com Deficiência, realizado em São Paulo no último dia 16, discutiu as políticas de inclusão para este segmento da população no sistema financeiro. Organizado pela Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o evento teve a participação de 47 pessoas, que apresentaram problemas e sugeriram soluções. O encontro atendeu à orientação da CUT Nacional, que realizou nos dias 21 e 22 o Encontro Nacional de Trabalhadores com Deficiência, em São Bernardo do Campo, região do ABC paulista.

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Entre as atividades do encontro, destaca-se a leitura crítica do programa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para a inclusão das pessoas com deficiência. Segundo Deise Recoaro, secretária de Políticas Sociais da Contraf, embora traga alguns avanços e seja ousado em relação a iniciativas em outros setores da economia, o programa tem um grande defeito: “O programa trata a pessoa com deficiência como um sub-bancário, porque a jornada é de quatro horas e o salário é mais baixo que o piso”, informa Deise. A dirigente ressalta que este regime de trabalho não foi contratado com os sindicatos e que os bancos deveriam pagar o piso salarial, mesmo com a jornada reduzida. A sindicalista ressalta, ainda, que esta diferença pode até gerar problemas no ambiente de trabalho, dificultando o relacionamento entre a pessoa com deficiência e seus colegas de banco. “Queremos que estes trabalhadores sejam tratados como profissionais, que eles são, até porque as exigências que eles têm são as mesmas dos outros bancários. O salário tem que ser condizente com as cobranças, porque eles serão cobrados, sim, não só pelo banco, mas pelos colegas”, argumenta Deise.

A sindicalista destaca ainda que o teor do programa é o mesmo dos demais projetos de inclusão e redução da discriminação praticados pelos bancos e pelas empresas em geral. “Os excluídos são tratados de uma forma discriminatória, são infantilizados, são os coitadinhos. Tudo vira concessão, ajuda,caridade. Não queremos que estas pessoas sejam tratadas assim, tem que haver respeito a elas e às suas necessidades”, reivindica a dirigente.

O encontro deliberou que as questões relativas às pessoas com deficiência sejam tratadas dentro da Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual da Contraf e que os debates sejam no mesmo teor do que já acontece para as outras questões. A inclusão das pessoas com deficiência faz parte da minuta de reivindicação dos bancários e deve integrar também a agenda dos sindicatos de todo o País.

Acesso

A partir de 1º de dezembro, todos os estabelecimentos comerciais do município do Rio de Janeiro só poderão obter lavará para funcionamento se cumprirem exigências de acessibilidade para as pessoas com deficiência. A conquista é resultado de uma Ação Civil Pública, obtida por pressão do Instituto Brasileiro de Derfesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD).

Fonte: Unidade/Federação dos Bancários RJ-ES