Os bancários vão se reunir a partir das 18h desta quinta-feira, dia 13, para discutir problemas de saúde causados por assédio moral. A reunião faz parte de parceria com a UFF que garante atendimento psicológico duas vezes por semana aos bancários.
Os bancários de Niterói e Região vão se reunir a partir das 18h desta quinta-feira, dia 13, para discutir problemas de saúde causados por assédio moral.
“A reunião faz parte de uma parceria que o Sindicato fechou com a Universidade Federal Fluminense (UFF), que vem garantindo atendimento psicológico duas vezes por semana aos bancários que apresentam problemas relacionados a saúde do trabalhador”, explica o secretário de Saúde do Sindicato, Edilson Cerqueira, que em julho recebeu da Câmara dos Vereadores de Niterói, representada pelo vereador Waldeck (PT) a medalha José Clemente Pereira (foto), como reconhecimento ao trabalho desenvolvido em prol da saúde dos trabalhadores.
A reunião será no auditório do Sindicato (Rua Maestro Felício Toledo 495-sobreloja, Centro de Niterói) e é aberta a todos os bancários e suas famílias, que muitas vezes convivem com as conseqüências dos problemas de saúde originados no trabalho.
Uma reunião por mês
“A idéia é, além de informar, proporcionar uma produtiva troca de experiências que pode gerar informações para o Conselho Municipal de Saúde, onde se decide como aplicar os recursos federais para a Saúde”, explicou a pisicóloga Marilene Verthein, coordenadora do Grupo de Saúde do Trabalhador da UFF, que vai apresentar oficinas na reunião de quinta-feira.
Também estará presente, além de Marilene e Edilson, o médico Ricardo Garcia Duarte, coordenador do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Niterói.
Será a segunda reunião aberta promovida pela parceria entre Sindicato e UFF. A primeira foi dia 6 de outubro, quando aproximadamente 20 bancários tiraram dúvidas sobre temas ligados à saúde do trabalhador. A cada mês, haverá uma reunião sobre um tema específico relacionado a saúde do trabalhador.
Atendimento às segundas e quartas-feiras
Os plantões de atendimento psicológico aos bancários acontece na Secretaria de Saúde do Sindicato às segundas e quartas-feiras, das 13h30 às 16h, com estagiários da UFF e coordenação de Marilene. Não é necessário marcar consulta, basta chegar ao Sindicato naquele horário.
“Nesse atendimento, o processo é mais dirigido à pessoa, em vez do debate coletivo, como será na reunião de quinta-feira”, afirma a piscóloga. Ela explica que o interesse maior da universidade, além de orientar os bancários e democratizar as informações sobre o assunto, é estimular o comprometimento dos universitários de Psicologia com as questões sociais. Segundo Marilene, foi no atendimento aos bancários dos plantões que se percebeu a necessidade de uma reunião específica sobre assédio moral.
E o que é assédio moral?
É a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, com relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, muitas vezes forçando-o a desistir do emprego.
Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, com prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização.
A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, freqüentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o ’pacto da tolerância e do silêncio’ no coletivo, enquanto a vitima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, ’perdendo’ sua auto-estima.