ACT Caixa: debates sobre igualdade de oportunidade e cláusulas sociais sem grandes avanços

 

Representantes da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e da direção do banco se reuniram nesta segunda (17) para debater pontos do novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos empregados da instituição. A mesa de negociações debateu a igualdade de oportunidades e cláusulas sociais. Os representantes do banco estatal não apresentaram nenhuma proposta sobre os temas.

 

Durante a mesa de negociação, que aconteceu através de videoconferência, os trabalhadores também cobraram menores taxas para os empréstimos, créditos, a continuação da isenção de tarifas, o respeito à jornada, manutenção da PLR Social e ações mais efetivas para as pessoas com deficiência (PcD). A CEE reforçou a pauta de manter as cláusulas sociais, e no que se aplicar, extensiva aos aposentados.

 

O movimento sindical destacou, ainda, a necessidade de elaborar ações para as mulheres junto com o banco. A Caixa apresentou as ações que tem feito para reduzir a desigualdade dentro da empresa, como o incentivo à liderança das mulheres e implementações de ações de combate à violência contra a mulher. Aproximadamente 44% do corpo de funcionários do banco é composto por mulheres. A comissão dos trabalhadores reforçou que essas medidas tenham a participação do movimento sindical uma vez que é uma pauta de luta.

 

“As ações são muito importantes para nós mulheres. A reivindicação é que as mulheres possam ocupar todos os espaços. Reforçamos que seria importante a participação do movimento sindical nessa construção. Lembramos também que em governos passados é que esse assunto veio à tona. Também cobramos o canal de denúncias para as empregadas fruto do aditivo que a Caixa assinou junto à Contraf-CUT”, avaliou coordenadora da CEE/Caixa e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt.

 

PcD’s – A Caixa Econômica Federa tem 3.464 trabalhadores PcD’s em seu quadro de funcionários. Muitos sem condições de exercer as atividades em suas áreas de atuação e/ou passam por discriminações. 

 

“A pauta que colocamos na minuta foi feita em cima da construção dos colegas. Se a Caixa tem projetos, faz a construção, isso não está chegando para os colegas PcDs. Há muitas reclamações de que não há equipe que faz acompanhamento, não existe debates sobre as necessidades dos trabalhadores e eles sentem muita discriminação no espaço em que foram colocados. A Caixa precisa fazer mais do que está fazendo hoje pelos colegas PcDs”, comentou Fabiana, ao analisar a informação passada pelo banco de que houve ações como a adaptação da softwares e mapeamentos dos empregados PcDs, por exemplo.

 

Preconceito – Os representantes do banco estatal não levaram à mesa assuntos como racismo e homofobia. “Estamos em uma mesa de negociação e precisamos ser objetivos. Falta na apresentação de igualdade e oportunidade dois itens importantes: racismo e homofobia. Precisamos debater esses dois temas dentro da Caixa”, acredita Emanoel Souza de Jesus, da Federação dos Empregados de Estabelecimentos Bancários dos Estados da Bahia e Sergipe.

 

 

“A maioria dos clientes são negros e precisamos ter esse debate não apenas para dentro da empresa, mas para construir uma empatia desses companheiros com o enfrentamento ao racismo”, ressaltou Emanoel.

 

Metas, Saúde Caixa e PLR – A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa exigiu, ainda, que a instituição pare de cobrar metas durante a pandemia, o que tem causado transtornos aos bancários. “Todos estão exaustos. Os trabalhadores precisam de respostas”, afirmou Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão.

 

Já no caso da PLR, a Caixa informou que está com dificuldades para manter o direito no mesmo formato que vem sendo executado nos últimos anos, e que irá elaborar uma proposta e apresentar nos próximos dias.

 

Por fim, uma reunião foi marcada para o dia 19/08 para tratar do Saúde Caixa. 

 

Covid-19 – A Comissão voltou a cobrar a limpeza completa e efetiva das unidades em casos de contágio ou suspeita da Covid-19. A aplicação do protocolo não tem sido feita de forma homogênea em todas as unidades, o que mostra que a comunicação institucional da Caixa não chega às chefias.

 

Houve, ainda, redução do horário de atendimento das agências em uma hora, reivindicação da CEE/Caixa. Já no caso do rodízio de funcionários, ele está mantido. A Caixa também informou que os SEVs têm autonomia de realocar os empregados entre as unidades para garantir o rodízio, e serão orientados a atuar neste sentido.

 

No caso dos vigilantes e recepcionistas, a informação passada pelo banco estatal é que o contrato com os vigilantes foi ampliado e que 2.270 profissionais estão, agora, à disposição das unidades. Outras 373 recepcionistas estão também no quadro.