Acordo de dois anos evita perdas salariais dos bancários

O economista Fernando Antonio Soares, secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), do Ministério do Planejamento, anunciou que o Governo Federal tem a meta de demitir 20 mil funcionários públicos federais em 2017. Ele disse que no ano passado nenhuma categoria do funcionalismo obteve ganha real de salário. Do total, 12 grupos tiveram reajuste pelo IPCA e 23 abaixo de IPCA. Segundo ele, “é preciso reduzir as despesas com pessoal, dado o esforço generalizado do país na contribuição para o ajuste fiscal”.

 

Para este ano, ele disse que, por conta do acordo na Campanha Nacional dos Bancários de 2016, o governo não poderá promover perdas salariais aos bancários.

 

“Esse governo não tem a menor vergonha de dizer que tem como meta impingir perdas aos trabalhadores. Ao contrário, sentem orgulho disso. Já tínhamos essa avaliação quando fechamos acordo no ano passado para garantir aumento real de 1% neste ano. Certamente os bancários do Banco do Brasil e da Caixa serão os únicos funcionários públicos federais que terão aumento real neste ano”, disse Roberto Von de Osten. “Vemos este mesmo cenário nos bancos privados. Os bancos lucram muito, mas não pensam em valorizar seus funcionários”, completou o presidente da Contraf-CUT.

 

Neste ano, diante de um cenário de terceirizações e avanço digital, a categoria poderá se concentrar na defesa do emprego e nos temas das mesas temáticas de saúde, igualdade de oportunidades, segurança bancária e prevenção de conflitos.

 

Desmonte das empresas públicas

Em um ano (maio/2106 a maio/2017) houve uma redução de 22 funcionários públicos, com grande destaque para os bancos públicos. A intenção do governo federal é continuar com essa política de redução dos quadros e de programas de desligamento voluntário (PDVs). Neste ano, a meta é de, pelo menos, uma redução de 20 mil, para 510 mil. A reposição do quadro não deve ultrapassar os 25% do total previsto com a redução.

 

O Banco do Brasil já promoveu um PDV no ano passado e a Caixa um PDVE neste ano. O resultado é a sobrecarga de trabalho e a consequente degradação das condições de trabalho e da saúde da categoria.

 

Na pauta do governo, estão PDVs para os Correios, Conab e Eletrobrás. Esta última deve ser a próxima a passar pelo desmantelamento. Hoje 23 mil funcionários, com 39 subsidiárias ligadas à empresa. Os planos do governo preveem privatizações das seis distribuidoras de energia ainda em 2017 (Ceron, Eletroacre Ceal, Cepisa, Boa Vista Energia e Amazonas Energia).

 

Fonte: Contraf-CUT