O arrocho ao trabalhador pelo desgoverno Bolsonaro não deixa de ser cada vez mais absurdo. Durante participação em evento no Rio nesta quinta, o ministro da Economia Paulo Guedes, confirmou que o governo estuda desvincular o reajuste do salário mínimo e de aposentadorias do índice de inflação do ano anterior. Medida pode jogar na pobreza extrema e na miséria milhões de pessoas.
A desculpa apresentada por Guedes é a de que seja feita uma “correção” do teto de gastos do país e é tratada pela equipe econômica como “plano 3D — desobrigar, desindexar e desvincular”.
A medida de desindexar o salário mínimo da inflação pode ser incluída no texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que está sendo construída para garantir recursos ao pagamento do Auxílio Brasil, fixado em R$405 para o ano que vem conforme prevê a Lei Orçamentária Anual (LOA) enviada pelo Executivo para ser aprovada pelo Congresso Nacional – ao contrário do que o candidato à reeleição Jair Bolsonaro afirma ao dizer que o benefício permanecerá em R$ 600 a partir de janeiro de 2023.
O salário mínimo é reajustado pela inflação por determinação constitucional, por isso seria necessária uma PEC para mudança de regra. Os planos de desvinculação foram tema de reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, mas, segundo Guedes, a proposta de desindexação do reajuste está em estudo desde o início do governo Bolsonaro.
Segundo Guedes, o texto deve ser apresentado ao Congresso logo depois do 2º turno das eleições. A ideia, segundo ele, é acrescentar à proposta mecanismos que permitam mudar a arquitetura fiscal do país, permitindo maior flexibilidade na gestão dos recursos.
Diante da péssima repercussão causada, o Ministério da Economia divulgou nota no início da noite desta quinta (20) dizendo que não há qualquer plano para alterar as regras dos reajustes anuais do salário mínimo e das aposentadorias pela inflação (INPC).
“O ministro Paulo Guedes afirma que o salário mínimo e as aposentadorias serão corrigidas, no mínimo, pelo índice da inflação, podendo inclusive, ter uma correção acima deste percentual”, afirmou a nota, contrariando a fala do comandante da economia brasileira. Será que ela está “bombando” mesmo, como diz Bolsonaro na campanha?