Pela segunda vez, em pouco mais de um ano, os empregados da Caixa e suas entidades representativas conseguiram afastar o perigo de que o banco se transformasse em uma sociedade anônima. Na reunião do Conselho de Administração (CA), realizada nesta quinta-feira (7), o item que propunha a transformação do banco em S/A foi excluído do texto a ser votado. Agora, a redação final do Estatuto precisa ser aprovada pelos órgãos reguladores.
Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto von der Osten, a conquista é o resultado da luta dos trabalhadores e dos movimentos sindicais. “Assim que começaram os rumores de abertura de capital da Caixa, a Contraf-CUT imediatamente articulou com parceiros importantes, como: a Fenae e outras centrais sindicais, um Fórum de Defesa e uma Frente Parlamentar para lutar pela Caixa 100% Pública. Esta não é uma luta só dos sindicalistas ou dos bancários. É uma luta do povo brasileiro”, explicou o presidente da Contraf-CUT.
A retirada do item que transformaria a Caixa em sociedade anônima do novo estatuto do banco é a terceira vitória dos empregados contra as intenções privatistas do governo Temer. A primeira foi a retirada do trecho que obrigava empresas públicas a se transformarem em S/A do Estatuto das Estatais (Lei 13.303/2016), e a segunda veio em 18 de outubro, quando a mobilização dos bancários fez com que a votação da mudança no CA fosse suspensa.