Mais recordes nos lucros

Lucratividade de quase 100% não traz melhorias para bancários nem para a sociedade. Além do assédio moral sobre os bancários, com metas inalcancáveis e sobrecarga de trabalho, os bancos não dão atendimento digno aos clientes (foto), mas cobram altas tarifas que garantem os lucros recordes.

Quem pensava que os lucros do sistema financeiro já tinham chegado ao seu limite máximo enganou-se mais uma vez.
Os grandes bancos brasileiros estão publicando seus balanços de 2007 com uma lucratividade que bate todos os recordes anteriores, ultrapassando os R$ 8 bilhões, casos do Itaú e do Bradesco, e, percentualmente, superando em quase 100% os lucros de 2006, casos do Itaú, do Bradesco, do Santander e do Unibanco.
E o que os bancários, os clientes e os usuários ganham com isso?
Nada, ou, até pelo contrário, perdem. Na maioria das agências, a situação vem piorando a cada dia. O número de funcionários diminui, o atendimento piora, e a insegurança está cada vez maior.
Entrar em um banco é uma tragédia para os bancários e para a população, enquanto, para os banqueiros, tudo isso é uma grande comédia, que os faz gargalhar em seus gabinetes refrigerados, enquanto a categoria e o público convivem freqüentemente com o ar-condidionado quebrado.
A divulgação dos lucros dos bancos deve ser uma motivação para a participação na luta, em 2008. Afinal, em 2007, com toda essa situação, só houve greve na Caixa.
Já está mais do que na hora de o bancário soltar o grito preso na garganta pelo assédio moral pelas metas e pelas ameaças de descomissionamento e de demissão.

Veja os lucros de 2007 já divulgados
> Itaú: R$ 8,47 bilhões (resultado 96,66% maior que o de 2006)
> Bradesco: R$ 8,01 bilhões (resultado 58,5% maior que o de 2006)
> Unibanco: R$ 3,448 bilhões (resultado 97% maior que o de 2006)
> Santander: R$ 1,86 bilhão (resultado 48% maior que o de 2006)
> BMG: R$ 507,59 milhões (resultado 92,8% maior que o de 2006)

Opinião
“Lucros e luta” (Jorge Antônio, presidente do Sindicato)

“A lucratividade dos bancos é uma bofetada nos bancários e na população. Ela não pode serrepassada só na PLR, e sim com mais contratações e mais salários. Por isso, em 2008, a categoria precisa bater recorde na luta.”