Itaú divulga lucro em 2014 de R$ 20,6 bilhões e bancários querem antecipação da PLR

Crescitmento ultrapassou a marca de 30% em comparação com 2013. Sindicato credita essa marca à garra e empenho dos funcionários do banco

O assunto que toma conta das rodas de conversas entre os bancários e também a população brasileira foi o anúncio feito pelo Itaú do lucro líquido recorrente em 2014 que foi de R$ 20,6 bilhões. O dado representa crescimento de 30,2% em relação ao ano anterior. O lucro no 4º trimestre do ano passado foi de R$ 5,7 bilhões, com alta de 3,7% em relação ao trimestre anterior.

Antecipação da PLR

Os bancários já enviaram documento ao banco reivindicando a antecipação do pagamento da segunda parte da Participação nos Lucros e Resultados.

A direção do Sindicato dos Bancários de Niterói e região credita esse resultado ao trabalho árduo dos funcionários do Itaú, mesmo com todas as adversidades imposta nos locais do trabalho como a exploração por vendas a todo custo em decorrência de metas, assédios e, muitas vezes, condições de trabalho inadequadas como falta de ar condicionado nas agências. Em janeiro de 2015, o Itaú foi o campeão de reclamações deste tipo na região.

Sobre a PLR, o Itaú foi informado, também, que o Bradesco, após divulgar seu balanço milionário, agendou a antecipação do pagamento para sexta-feira (06).

Lucratividade em alta, emprego em queda

Segundo a análise do Dieese, a lucratividade (lucro líquido sobre patrimônio líquido) foi de 24,7%, uma alta de 0,8 ponto percentual (p.p.) em relação a dezembro de 2013.

Apesar disso, o número de empregados da holding do Itaú em dezembro de 2014 caiu para 93.175, uma redução de 2,6% do quadro de pessoal. Ao todo, foram fechados 2.521 postos de trabalho em 12 meses.

A rede de atendimento do Itaú em 2014 passou a contar com 56 novas agências. Entretanto, foram fechados 11 PAB’s.

Já o número de correspondentes bancários foi de 41.641 em dezembro de 2014, uma leve diminuição de 31 unidades, mostrando que o banco segue apostando na precarização do atendimento.

Mais crédito

A carteira de crédito do banco cresceu 8,0% em 12 meses, atingindo um montante de R$ 559,7 bilhões. As operações com pessoas físicas aumentaram 10,4% em 2014, chegando a R$ 186,2 bilhões.

Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 295,4 bilhões, com elevação de 7,2% em comparação a dezembro de 2013.

Inadimplência cai

O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou queda de 0,6 p.p. no ano, ficando em 3,1% no 4º trimestre de 2014.

Apesar da redução da inadimplência, as provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD’s) subiram 4,5%, totalizando R$ 14,2 bilhões.

Maiores ganhos com aumento da Selic

As receitas com Títulos e Valores Mobiliários e com Aplicações Compulsórias foram impactadas pelos sucessivos aumentos na taxa Selic. As receitas com TVM cresceram 54,5% e as receitas das aplicações compulsórias cresceram 33,1%, em doze meses.

Esses índices de crescimento comprovam que os bancos e detentores de títulos públicos são os que saem ganhando com o aumento da Selic, enquanto a sociedade perde valiosos recursos que deveriam ser injetados no crescimento com desenvolvimento econômico e social do país, aponta a Contraf-CUT.

Receitas de tarifas sobem 15,3% e cobrem despesas de pessoal

As receitas com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 15,3% no ano passado em relação a 2013, somando R$ 27,7 bilhões, enquanto as despesas de pessoal subiram 7,3%, totalizando R$ 16,4 bilhões.

Diante disso, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco foi de 168,7%, o que representa 11,7 p.p. a mais que em dezembro de 2013.

Fonte: Seeb-Nit, Contraf-CUT com Dieese