Era uma vez: história da carochinha

Em homenagem ao Dia das Crianças e a todos os que criticam a greve dos bancários achando que ela não leva a nada, segue uma bela fábula de banqueiros bonzinhos.

Em homenagem ao Dia das Crianças e a todos os que criticam a greve dos bancários achando que ela não leva a nada, segue a bela fábula abaixo:

Era uma vez um monte de banqueiros bonzinhos em volta de uma mesa encantada. Então um deles falou:

– Meus amiguinhos, temos ganhado muito dinheiro com o trabalho dos bancários. É dinheiro demais, sempre mais, cada vez mais. Que tal se a gente distribuir para os bancários uma parte dos nossos lucros e resultados?

Ele foi muito aplaudido e todos os outros banqueiros bonzinhos apoiaram sua ideia, dando-lhe o nome de “Participação nos Lucros e Resultados (PLR)”. Então outro banqueiro falou assim:

– Eu acho que nós também podemos dar aos bancários um aumento salarial que não só reponha tudo que eles perderam devido à inflação dos últimos 12 meses, mas também já garanta pelo menos um pouco do que eles vão perder com a inflação dos próximos meses.

Esse banqueiro também foi muito aplaudido pelos outros banqueiros bonzinhos da mesa, e sua ideia recebeu o nome de “reajuste salarial com aumento real”.

Um terceiro banqueiro falou assim:

– Gente, não podemos esquecer dos clientes. Que tal se a gente diminuir as filas nas agências (contratando mais bancários) e der mais segurança para proteger a vida de todos, além de reduzir o valor das tarifas?

Então cada banqueiro bonzinho foi dando uma nova ideia: 13º salário, tíquete-refeição, adicional da PLR, plano de saúde, jornada de seis horas, gratificação de função, 13º cesta-alimentação, quebra de caixa, adicional noturno, seguro de vida contra assalto, direito de greve e até, acredite, descanso aos sábados, para que os bancários pudessem passar o dia com suas famílias. Todas as ideias foram aprovadas e realizadas para os bancários, porque os banqueiros são muito bonzinhos.

E assim todos viveram felizes para sempre.

Se você não acredita nessa história da carochinha, saiba que todos os direitos acima, inclusive o descanso aos sábados, foram conquistados pelos bancários após greve e muita luta. Não existe banqueiro bonzinho, nem mesa encantada, nem direito “dado” aos trabalhadores. Confira abaixo as datas das greves de cada conquista dos bancários:

1934 – Aposentadoria aos 30 anos de serviço;
1951 – Direito de greve;
1952 – Dia do Bancário (28 de agosto);
1961 – 13º salário, gratificação de caixa e de chefia;
1962 – Descanso aos sábados e adicional por tempo de serviço;
1979 – Seguro de vida contra assalto;
1981 – Gratificação de função 40%, estabilidade na licença-saúde;
1982 – Quebra de caixa, ajuda-alimentação, vale-transporte, auxílio-creche;
1984 – Cesta Básica;
1985 – Jornada de seis horas;
1986 – Adicional-noturno;
1988 – Auxílio para filhos excepcionais ou portadores de deficiência;
1989 – Intervalo de descanço para digitadores;
1990 – Tíquete-refeição;
1992 – Tíquete-refeição inclusive nas férias; auxílio creche até 83 meses; acordo único nacional (única categoria do Brasil até hoje com esse benefício);
1995 – PLR (a primeira categoria do Brasil a conquistar esse benefício);
1997 – Verba de requalificação profissional na demissão e Complemento para afastados;
2005 – Isonomia de tratamento para homoafetivos;
2006 – Adicional de PLR;
2007 – 13ª cesta-alimentação.


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