Dia de Luta arranca negociação com Itaú

Os diretores do Sindicato participaram do Dia Nacional de Mobilização da CUT e o protesto surtiu efeito: a direção do Itaú marcou negociação para tratar das demissões.

Os diretores do Sindicato participaram nesta quarta-feira, 6 de julho, do Dia Nacional de Mobilização da CUT, em manifestação no Centro do Rio. Os bancários aproveitaram para denunciar as demissões em massa no Itaú, e o protesto surtiu efeito: a direção do banco marcou para as 14h30 desta quinta-feira, dia 7, em São Paulo, uma negociação com os sindicatos. Com lucro recorde de R$3,53 bilhões no primeiro trimestre de 2011, as demissões do Itaú são injustificáveis.

Além das demissões, os bancários também denunciaram os problemas gerados pela sobrecarga de trabalho, metas abusivas e convênio médico. Houve paralisações de duas horas em 31 agências do Centro do Rio. “Os bancários estão com medo de perder seus empregos, especialmente após a entrevista de Roberto Setúbal à revista Exame em que ele afirma que é hora de cortar”, afirma Jair Alves, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.

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Reportagem da Exame Finanças, na edição do dia 15 de junho, comprova que o Itaú Unibanco iniciou um duro programa de corte de custos e reorganização interna “para atingir o grau de eficiência que seus acionistas esperam”. As demissões estão ocorrendo em todos os setores do Itaú. Apenas nos meses de abril e maio, de acordo com a revista, cerca de 350 profissionais deixaram o banco. Para suprir a demanda dos clientes, trabalhadores estão sendo sobrecarregados, além de conviverem com desvios de função e o fantasma da terceirização. Os sindicatos estão recebendo denúncias de que gerentes operacionais estão deixando suas funções para assumir atendimento nos caixas.

Entre as reivindicações, aumento real de salário e menos impostos

Além do Rio, as mobilizações da CUT ocorreram nas capitais de todo o país: São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Ceará, Recife e outras. Foram dezenas de milhares de trabalhadoras nas ruas. Entre as reivindicações da classe trabalhadora estão o aumento real de salário, menos impostos para os assalariados e aposentados, todos os direitos trabalhistas para terceirizados, trabalho decente para todos, redução da jornada de trabalho sem redução de salário, reforma agrária e investimentos na educação.

No Rio, os manifestantes percorreram a Avenida Rio Branco, da Candelária à Cinelândia. O presidente da CUT-RJ, Darby Igayara, elogiou a atividade. Ele rechaçou a intenção dos patrões de não garantir aumento real de salários nos acordos coletivos deste ano por temor da inflação. “Não tem acordo. Repudiamos o discurso dos empresários de que salário gera inflação. A história recente nos mostrou que geração de emprego e renda são remédios contra a crise e a recessão”, afirmou Darby.