A maior greve, o maior reajuste

Forte adesão conseguiu o maior índice de reajuste acima da inflação nos últimos sete anos: 3,08% (o dobro em relação ao acordo do ano passado).

A greve deste ano foi a maior realizada pelos bancários nos últimos 20 anos, com quase 9 mil agências paradas em todo o Brasil. Justamente devido a essa forte adesão, conseguiu o maior índice de reajuste acima da inflação nos últimos sete anos: 3,08% (o dobro em relação ao acordo do ano passado).

O piso salarial também conseguiu a maior valorização dos últimos anos, com 16,33% nos bancos privados e patamar de R$ 1.600 para começar no Banco do Brasil e na Caixa Econômica. As conquistas dão continuidade a uma série de avanços dos últimos anos. De 2004 a 2010, por exemplo, os bancários tiveram entre 19,6% e 26,3% de aumento real no piso salarial.

Evolução do aumento real dos bancários

2004 – 1,70%
2005 – 0,90%
2006 – 0,60%
2007 – 1,10%
2008 – 2,70%
2009 – 1,50%
2010 – 3,08%

Reajuste acumulado desde 2004

Bancos particulares – 77,9%
Banco do Brasil – 78,0%
Caixa Econômica – 68,5%
ICV-Dieese – 41,7%
INPC-IBGE – 40,9%

As outras conquistas deste ano também foram importantíssimas: 7,5% de reajuste para quem ganha até R$5.250, índice que recai sobre todas as verbas salariais. Acima deste teto, os bancos oferecem aumento de R$393,75 ou, no mínimo, a inflação do período (4,29%). Além disso, houve avanço na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), com 14,28% a mais no adicional. E as conquistas foram além das questões de remuneração, garantindo na Convenção Coletiva — pela primeira vez — itens do combate ao assédio moral e sobre segurança.

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Em relação à PLR, caso a distribuição do lucro líquido não atinja 5% com o pagamento da regra básica, esses valores serão aumentados até chegar a 2,2 salários com teto de R$ 15.798.

Segundo avaliação da secretária de Políticas Sociais da Contraf, Deise Recoaro, a valorização dos pisos tem impacto principalmente sobre mulheres e negros, já que são os dois grupos com maiores dificuldades de ascenção profissional e, portanto, estão concentrados na base da pirâmide salarial das empresas do sistema financeiro.