– Reunião neste sábado, dia 5, em Brasília, deve fechar pacote administrativo e de incentivo à aposentadoria.
– Há indícios de aumento da terceirização do suporte, o que aponta para a redução das comissões e do quadro de funcionários nas agências.
– Atrelamento ao incentivo à aposentadoria reforça essa possibilidade, mas, até agora, tudo é boato.
– Pacote é unilateral das direções do banco e da Previ.
– Comissão de Empresa recusou convite para uma “apresentação” do pacote, na segunda, dia 7, e propôs a negociação de mudanças.
– Movimento sindical, como sempre, está disposto a lutar contra medidas prejudiciais ao funcionalismo, mas só pode reagir à realidade.
– Pensar “Tomara que não seja comigo!” ou “Qual será o critério de descomissionamento ou de excedentes?” é dar o aval a mudanças prejudiciais.
– Clique em “veja mais” para maiores detalhes.
A central de boatos tomou conta do Banco do Brasil neste mês de maio, desde que a direção do banco prometeu mudanças administrativas e “planos” de incentivo à aposentadoria circularam entre os funcionários, sempre com uma “notícia quente de Brasília”.
De concreto, o Sindicato de Niterói e Região apurou que haverá uma reunião neste sábado, dia 5, em Brasília, para fechar um pacote de reestruturação administrativa e de incentivo à aposentadoria.
Administrativamente, o indício mais forte é de um aumento na terceirização do suporte, contrariando a diretriz do governo Lula e do Ministério Público de incentivo ao trabalho formal.
Se aumentar a terceirização, reduzem-se as comissões e as dotações nas agências, uma redução do quadro que também contraria o governo, pois a secretaria de controle das estatais não determinou qualquer redução no BB, que, de 2003 para cá, passou de 74 para 83 mil funcionários.
Apesar disso, a mudança administrativa, atrelada ao incentivo à aposentadoria, reforça a tese de redução do quadro ou de novas contratações, com a saída dos funcionários mais antigos.
Porém, até o momento, tudo é boato, inclusive o de que “o Sindicato concordou com as mudanças”.
A Comissão de Empresa do Funcionalismo do BB (COE-BB) foi convidada para uma reunião de “apresentação” da reeestruturação, nesta segunda, dia 7, mas recusou o convite, propondo uma negociação das mudanças pretendidas pela direção do Banco do Brasil.
Portanto, o pacote é unilateral das direções do banco e da Previ, cuja negociação sobre o superávit estava agendada para este mês, após a votação da Cassi.
O movimento sindical, como sempre, está disposto a lutar contra medidas prejudiciais ao funcionalismo, mas só pode reagir a fatos concretos.
“Nesse momento, muitos pensam ‘Tomara que não seja comigo!’ ou ‘Qual será o critério de descomissionamento ou de excedentes?’, mas essa postura avaliza as mudanças prejudiciais. O bancário ‘concorda’ com reestruturação, desde que não o afete, ou que o critério dos prejudicados não o atinja. Se a bomba for do tamanho que os boatos prometem, será um momento crucial para o funcionalismo do banco. Ou ele, como no passado, volta a se organizar coletivamente, ao lado do Sindicato, que sempre procurou defendê-lo, ou continua correndo atrás de sua ascensão pessoal, cerrando fileiras ao lado de quem o escraviza, o estressa e o adoece”, comentou Marcelo Quaresma, sindicalista do BB em nossa base.