Defesa da saúde vira notícia no Dia

A luta do Sindicato em defesa dos bancários com problema de saúde foi matéria de alto de página do jornal O Dia nesta quinta-feira, 1º de outubro.

A luta do Sindicato em defesa dos bancários com problema de saúde foi matéria de alto de página do jornal O Dia nesta quinta-feira, 1º de outubro. O texto, assinado pela repórter Luciene Braga, mostra que está marcada para o dia 12 de novembro a primeira audiência no Ministério Público do Trabalho para entrega de provas testemunhais e documentais contra peritos do INSS que vem desrespeitando os bancários.

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A reportagem tem declarações do secretário de Saúde do Sindicato, Edilson Cerqueira, e de três bancárias com licença médica que estão recebendo orientações do Sindicato e tiveram problemas com peritos do INSS. Vitórias já estão sendo conquistadas, como se pode verificar pelas próprias palavras do presidente da Associação Nacional de Médicos Peritos, Luiz Carlos Argolo, ouvido pelo Dia. “Perito chegava e fazia o trabalho. Dizem que ele não vê laudo, não examina. Agora, vai trabalhar cumprindo a jornada com qualidade, no mais alto nível de excelência”, afirmou o perito.

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Perícia vai ao Ministério Público

Sindicato dos Bancários apresenta denúncia contra peritos do INSS, por maus-tratos e indeferimento sistemático

POR LUCIENE BRAGA, RIO DE JANEIRO

Rio – O Ministério Público do Trabalho recebeu denúncia do Sindicato dos Bancários de Niterói contra a atuação dos peritos do INSS na região e marcou a primeira audiência para receber provas testemunhais e documentais para o dia 12 de novembro. O documento é assinado pelo procurador Patrick Maia Merísio.

Segundo a representação, pedidos de benefício da categoria têm sido sistematicamente negados. Alguns se queixam de tratamento irônico, que sugere que usam laudos e exames forjados, e até de xingamentos. Também denunciam a existência de médicos que trabalham como peritos no instituto e para os planos de saúde dos bancos empregadores.

O sindicalista Edilson Cerqueira conta que muitos bancários recebem avaliação dos médicos do trabalho como inaptos. No INSS, são considerados aptos. “Com isso, não recebem dinheiro nem de um nem de outro. A situação é: estão doentes e sem dinheiro. A intervenção mais eficiente tem sido a Justiça, porque os recursos são muito demorados. O corporativismo faz com que mantenham os primeiros pareceres de indeferimento”, explica.

A advogada Elaine Louzada Barbosa diz que o sindicato, então, recorre à Justiça do Trabalho, para requerer que o empregador pague os salários. E ao Tribunal de Justiça, contra o INSS, para a tutela antecipada do benefício. “Muitos estão afastados há anos e já deveriam ter o benefício do auxílio-acidente ou doença convertido em aposentadoria por invalidez”, acrescenta Elaine.

Ana Lucrécia Nogueira, 47 anos, trabalhava como gerente. Tem 28 anos de contribuição e está afastada há 5 anos e meio. Operou os dois ombros, após contrair Lesão por Esforço Repetitivo (LER). “Trabalhei por 10 meses e tive paralisia nos dois braços. Na última perícia, recebi alta. Há três meses, não recebo. Para o banco, sou inapta. E o INSS diz que sou apta. Eu me sinto uma mentirosa. Levo laudos, e o perito ri”, queixa-se Ana.

Doentes, sem dinheiro e sob suspeita

Maria Clara Portugal, 52 anos, e Rosemeri Costa, 40, têm mais de 20 anos de banco e contraíram doenças do trabalho que as mantiveram afastadas. Sentem-se desrespeitadas ao ficar sob suspeita e preferem trabalhar, porque afastadas perdem benefícios e parte dos salários.

Presidente da Associação Nacional de Médicos Peritos, Luiz Carlos Argolo diz que ações como a do sindicato são sistemáticas. “Sempre orquestram esse movimento contra nós. A questão é técnica: pode haver resquício sem incapacidade laboral. É um problema trabalhista, não do INSS”, respondeu.

Filas vão aumentar ainda mais

Desde o início do mês, o INSS revogou norma que impedia a marcação diária de perícias negadas. A ANMP afirma que os prazos de agendamento saltaram de 2 a 5 dias para 15 a 20 no Rio de Janeiro. E vai piorar, a partir de hoje. O perito tinha de atender 24 segurados por dia. Um a cada 20 minutos. Vão seguir o Código de Ética Médica, que impede limite à consulta.

“Perito chegava e fazia o trabalho. Dizem que ele não vê laudo, não examina. Agora, vai trabalhar cumprindo a jornada com qualidade, no mais alto nível de excelência. Vamos atender, sim, no mínimo, em 30 minutos. No máximo, 12 perícias por dia, de maneira presencial em seis horas”, explica Luiz Carlos Argolo. “O que a gente vai buscar é o atendimento mais humanizado, mais aprofundado, sem incorrer em erros e equívocos”, disse.