Não é mais possível aceitar que as instituições financeiras continuem dando as cartas, se apropriando da riqueza produzida pela economia real sem contrapartida social.
Nesta terça-feira, 15 de setembro, completou-se o primeiro aniversário da quebra do Lehman Brothers, então o quarto maior banco dos Estados Unidos, no auge da crise financeira iniciada em Wall Street, que espalhou o pânico por todos os continentes e deixou um rastro de destruição como não se via desde a quebradeira de 1929, com forte recessão mundial e dezenas de milhões de desempregados. Era o resultado da insensatez neoliberal, que só não foi mais trágico graças ironicamente à pronta intervenção dos governos de todas as latitudes, tamanhos e credos – dos EUA à Indonésia, da Grã-Bretanha ao Zimbábue, da China à Argentina, do Brasil à Índia.
Um ano após a fase mais aguda da crise, quando a economia global ainda se debate tentando escapar dos escombros, o mundo se pergunta como foi possível se chegar a tal ponto de irresponsabilidade sem que as instituições que deveriam zelar pelo funcionamento do cassino financeiro sequer percebessem o que estava ocorrendo. O G-20, grupo que reúne os governos das maiores economias, a que o Brasil faz parte, está debatendo o que fazer para impor controles mais rígidos ao sistema financeiro e evitar novas catástrofes, enquanto a elite financista age nos bastidores para manter seus privilégios e sua jogatina ao largo de qualquer regulamentação.
Essa discussão é da maior importância e precisamos travá-la também no Brasil. Não é mais possível aceitar que as instituições financeiras continuem dando as cartas, se apropriando da riqueza produzida pela economia real sem dar uma contrapartida para o desenvolvimento econômico e social.
Fonte: Contraf-CUT