– Segunda rodada, nesta sexta-feira, dia 9, terminou sem acordo novamente.
– Direção do banco pensa em não pagar a PLR para grevistas de 2006.
– Intenção é um retrocesso maior do que a Era FHC, quando as as agências que não batiam metas não recebiam PLR.
– Sindicalistas consideram a pretensão um “bode” para manter o modelo de PLR atual e não distribuir o aumento apesar da lucratividade, em 2006, 45,5% maior que a de 2005, e um lucro de R$ 6 bilhões, recorde da História do banco e o melhor desempenho bancário do ano passado.
– Terceira rodada acontece na segunda-feira, dia 12.
Duas rodadas de negociações, na quinta e sexta-feira, dias 8 e 9, não foram suficientes para que a direção do Banco do Brasil e a Comissão de Empresa dos Funcionários (COE-BB) chegassem a um acordo sobre a Particiapção nos Lucros e Resultados (PLR), relativa ao 2º semestre de 2006.
Os demais bancos negociam a PLR anualmente, na época da Campanha Salarial. Por isso, até o dia 2 de março, todos os bancários, inclusive os da Caixa Econômica receberam a PLR do semestre passado.
NoBB, a PLR é negociada semestralmente, o que, no governo Lula, levou os funcionários do banco a estarem sempre um passo à frente da categoria nesse aspecto. São os últimos a receber, mas recebem a melhor PLR.
Por isso, dessa vez, esperava-se o modelo do semestre passado, acrescido de um fixo extra, uma vez que, na Fenaban (bancos privados), os bancos que obtiveram uma lucratividade, em 2006, 15% acima da de 2005, receberam um bônus de até R$ 1.500,00.
Se os lucros do Banco do Brasil, nesse mesmo período, cresceram 45,5%, a maior lucratividade bancária do ano passado, então, quanto seus funcionários mereceriam receber?
Ao contrário desse debate, na rodada de hoje, dia 9, a direção do BB chegou a aventar a hipótese de não pagar a PLR para os grevistas de 2006, entre outras discriminações no pagamento, que vinha sendo mais democratizado a cada semestre.
A idéia é um retrocesso maior do que a Era FHC, quando as agências que não batiam metas não recebiam PLR.
Não satisfeitos com o lucro de R$ 6 bilhões, o maior da História do banco e do sistema bancário, a Diretoria do Banco do Brasil quer deixar em seus cofres uma parte do que é direito do funcionalismo.
“Todos a quem repassei esse informe riram. Mas pode não ser piada. Pode ser o “bode na sala” para que, ameaçados, os grevistas fiquem satisfeitos com a mera repetição do modelo passado, apesar da lucratividade de quase meio Banco do Brasil, em apenas um ano. Por outro lado, é um assédio moral, em relação à participação do funcionalismo em futuras greves, um direito constitucional. Parece comédia, mas é uma tragédia. Espera que seja apenas um efeito da passagem de Bush por São Paulo, onde acontece a negociação, e segunda-feira, tudo se resolva. Ou o a direção do BB acha que as assembléias vão aprovar uma provocação dessas?”, comentou Marcelo Quaresma, sindicalista do BB, em Niterói e Região.