Graças a forte mobilização, funcionários do ABN no Brasil conseguem isenção na prestação de serviços
A isenção das tarifas para os 28 mil empregados do ABN-Real, garantida mês passado em negociação, não foi nenhuma caridade do banco. Foi uma conquista difícil depois de muita luta, muita pressão e até a realização de um Dia Nacional de Lutas, com protestos em todo o País.
Pelo acordo, o funcionário do Real vai ter gratuitamente a Cesta 3, com algumas vantagens adicionais, como direito a quatro saques por mês no Banco 24 Horas, isenção para dois DOCs por mês e 30 saques mensais no auto-atendimento, além de isenção da anuidade dos cartões de crédito Visa Fácil e Visa Classic International. O bancário pode optar pelas Cestas 5 e 6, mas aí o banco descontará o valor cobrado pela Cesta 3.
“O trabalho sério nas negociações chegou a resultado concreto e positivo para os trabalhadores”, comemorou Paulo Celso, sindicalista do Real.
Para o presidente do Sindicato, Jorge Antônio, a conquista mostra a importância da mobilização durante todo o ano, e não só na campanha: “Queremos estender a vitória aos outros bancos, mas isso só será possível com a participação de todos”.
Mais que a folha de pagamento
O dinheiro que os bancos arrecadam com tarifas corresponde a 113,9% da folha de pagamento. Esse índice, referente ao ano passado, deve-se a aumento de 582% desde 1994, quando as tarifas significavam 26% do total de despesas de pessoal.
Os números fazem parte de estudo do Dieese, que mostrou também que, no mesmo período, a folha de pagamento cresceu 56,5% diante de uma inflação acumulada de 168,9%.
Segundo a pesquisa, o brasileiro paga uma média de R$ 336,72 por ano em tarifas avulsas, o dobro de uma cesta básica (R$ 175,54).