As perguntas mais feitas sobre a greve

– POR QUE OS 3,5% FORAM ACEITOS?
– Quando se vota o retorno ao trabalho, não se avalia apenas a justiça da proposta. Pesa muito o grau de mobilização e a perspectiva da conquista de uma proposta melhor.
A greve começou no dia 26 de setembro, em pouco mais de dez dos 108 sindicatos da CUT, contra a orientação do Comando Nacional, e, com o aval deste, em 5 de outubro, espalhou-se por todo o Brasil, inclusive em Niterói e Região.
Nos primeiros nove dias de greves isoladas, não houve nenhum avanço. Depois disso, a proposta foi de 2 para 2,85%, o INPC, e. finalmente, para 3,5%, com avanços nas PLR’s e em poucas questões específicas.
Apesar da proposta reduzida, no 5º dia de greve para alguns e no 15º para outros, o movimento se mostrava descendente: mais agências abertas, mais pontos registrados, menos gente nas assembléias.
Esse foi o fator decisivo para a saída da greve em Niterói e Região e na maioria dos sindicatos do País. Além disso, a perspectiva era de pouco ou nenhum avanço a mais com a continuidade da greve, tendência que, até o momento, infelizmente, confirmou-se, apesar da continuidade da greve em pouco mais de dez sindicatos, entre eles o Rio de Janeiro, como ocorreu no início.
– E POR QUE NÃO ACOMPANHAMOS O RIO?
– Cada sindicato e sua assembléia tem sua autonomia e decide o seu caminho. Se esse caminho for unificado, melhor, mas essa greve começou sem a orientação do Comando Nacional, portanto sem unidade, e está acabando da mesma forma.
O Rio é importante, é o segundo maior Sindicato do País, mas pensar que devemos ficar em greve só porque o Rio está não é argumento, é copiar, é não pensar.
Alguns dizem até que devemos acompanhar o Rio porque, caso contrário, os clientes de lá virão para nossa base, aumentando o trabalho, um argumento que nada tem a ver com as razões de uma luta sindical.
A volta ao trabalho na quarta-feira aconteceu em Niterói e Região e na maior parte do Brasil. O que há de estranho nisso?
– AS ASSEMBLÉIAS QUE DECIDIRAM O FIM DA GREVE EM NITERÓI E REGIÃO “FORAM DE GERENTES”.
– Como todos sabem, os gerentes são a minoria esmagadora dos bancários. Se em qualquer assembléia os administradores forem maioria será porque os outros funcionários não foram. Mas, até hoje, não se tem notícia de uma assembléia com mais gerentes do que bancários de outras funções.
– POR QUE NÃO HOUVE ABONO?
– Porque o abono foi um artifício usado na Era FHC, quando os reajustes, em oito anos, foram abaixo da inflação ou até zero. Era uma compensação. No governo Lula, os reajustes têm ficado acima da inflação, fato que, aliado ao aumento significativo da PLR, que com FH chegou a ser de 160 reais, reduziu a possibilidade de abono.
– E QUANDO SAI A PLR?
– Enquanto alguns sindicatos mantiverem a greve, não há possibilidade de Acordo nacional e a PLR é paga 48 horas após a assinatura do Acordo. Logo, só no final de todas as greves, a PLR será paga.