Itaú assedia bancários e trata mal os que adoecem

No momento da licença, o Itaú age de maneira mais torpe, suspendendo o auxílio-alimentação quando vence a alta programada, mesmo sabendo que o trabalhador tem direito a ele.

O Itaú usa o assédio moral como forma de pressionar os bancários a alcançar as metas absurdas de venda de produtos fixadas pelo Programa Agir. A pressão, covarde, sistemática e diária, acaba fazendo com que os funcionários se vejam obrigados a trabalhar nos seus momentos de folga tentando fechar novos negócios que permitam alcançar as metas do Agir.
Segundo o diretor da Secretaria de Saúde do Sindicato Gilberto Leal, este é o assédio moral institucional, também conhecido como organizacional, promovido pela empresa para aumentar seus lucros, através de uma maior produtividade do empregado. “Agindo desta forma, imoral e ilegal, o Itaú causa danos ao estado emocional e físico do bancário levando-o ao adoecimento. Quando o funcionário está na iminência de atingir os objetivos de venda fixados, o Itaú aumenta, sem aviso-prévio e de forma unilateral, o valor das metas. É uma desumanidade sem limites”, critica.
Endividados
Gilberto lembra que a pressão é tamanha que leva os bancários a quase viver em função das metas. “Quantos de nós estaremos devolvendo grande parte da PLR e do PCR para pagar dívidas no cheque especial e cartão de crédito, muitas vezes feitas para cobrir gastos com vestuário para garantir uma boa aparência e com visitas a clientes?”, perguntou. O diretor frisou que quando adoecem por conta do assédio, os bancários são tratados com desrespeito em suas agências. “Constantemente se negam a protocolar o recebimento de atestados, e o ambulatório médico se restringe a emitir o documento do último dia de trabalho, não dando a devida atenção e respeito à saúde e direitos dos funcionários”, denunciou.
Grupo de Trabalho
No momento da licença, o Itaú age de maneira mais torpe, suspendendo o auxílio-alimentação quando vence a alta programada, mesmo sabendo que o trabalhador tem direito a ele. “Com isto, desrespeita a cláusula 15ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que prevê o pagamento da cesta-alimentação por 180 dias, independentemente da alta programada vencer antes deste tempo, até porque o bancário tem direito a recorrer para entrar novamente em período de licença”, disse o diretor. No momento mais difícil o banco prejudica ainda mais aqueles que garantem o seu lucro.
Gilberto lembra que, devido à gravidade da situação, no próximo dia 7 o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pelo Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador, se reúne com a Fenaban, em São Paulo, para instalar um grupo de trabalho bipartite sobre o adoecimento da categoria. Também será discutido a melhoria do programa de combate ao assédio moral, previsto na CCT.
A criação desse espaço é uma das conquistas da Campanha 2013, fruto da intensa mobilização dos bancários e do contínuo esforço das entidades sindicais e especialistas em saúde do trabalhador por melhorias nas condições de trabalho, que estão previstas na cláusula 61ª – Grupo de Trabalho Bipartite – Análise dos Afastamentos do Trabalho – da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de 2013/2014.

Fonte: BancáriosRio


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