Dia Nacional de Luta aponta descaso do Bradesco com o plano de saúde

Bancários de todo país cobram melhorias no atendimento e oferta de cobertura do plano de saúde.

A Contraf-CUT, federações e sindicatos realizam nesta quarta-feira (3) um Dia Nacional de Luta com protestos e manifestações em agências do Bradesco de todo país para denunciar as dificuldades que os funcionários vêm enfrentando no atendimento médico, laboratorial, hospitalar e odontológico. No mês de junho, o Seeb-Niterói disponibilizou em sua página na internet uma pesquisa para que os usuários denunciassem os principais problemas enfrentados com o Bradesco Saúde.

A mobilização é uma resposta dos bancários diante do descaso do banco em resolver os problemas do plano de saúde e odontológico. O movimento sindical cobra uma negociação para discutir com seriedade as reivindicações dos funcionários.

“O Bradesco Saúde foi criado em 1999. A defasagem é de 22 anos. A cobertura não se modernizou conforme os avanços da medicina e dos novos procedimentos médicos que se popularizaram. Além de defasado, o plano é precário”, afirma Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT e funcionário do banco.

Os sindicatos estão distribuindo uma edição especial do jornal Raios, da Contraf-CUT, para os funcionários do Bradesco.

Os trabalhadores não possuem atendimento em diversas especialidades, como psicologia, psiquiatria, fonoaudiologia, nutricionista, entre outros procedimentos. “É preciso ampliar as especialidades médicas cobertas pelo plano. Essa é uma pauta antiga dos trabalhadores”, afirma Elaine Cutis, diretora da Contraf-CUT e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.

Além disso, há limitações para fazer procedimentos em uma mesma especialidade. “Se o médico solicitar ao paciente um exame do ombro e outro da coluna, o usuário tem de escolher apenas um. O outro só pode ser feito após 30 dias. Isto porque o convênio não autoriza”, explica Elaine. Em muitas regiões do Brasil falta credenciamento de profissionais no plano, obrigando os funcionários a se deslocarem a outras cidades para serem atendidos.

Elaine cobra do Bradesco seriedade no processo de negociação. “Há muito tempo não se avança em nenhuma das reivindicações dos trabalhadores, ficando sem solução os problemas dos bancários. Saúde não é brincadeira”, critica.

ANS de olho

A situação é tão precária que o plano dos funcionários do Bradesco sequer é regulado pela lei federal 9656/98 por ser anterior a ela. Entretanto, a ANS, como agência reguladora e fiscalizadora do setor, criada em 2000, deve submeter o Bradesco Saúde aos seus crivos.

Conforme a Resolução Normativa (RN) 254 da ANS, a partir do dia 4 de agosto, o Bradesco não poderá mais incluir novos funcionários na apólice de saúde vigente. Caso o banco não se comprometa a fazer adaptação ou migração para as novas normas, ele terá que abrir uma nova apólice para receber os novos funcionários, o que acabará gerando diferenciação de atendimento entre novos e antigos funcionários.

Plano odontológico precário

Outro problema grave enfrentado pelos bancários do Bradesco é o serviço prestado pelo plano odontológico. Muitos profissionais têm deixado o plano por conta do aumento da burocracia após a fusão da OdontoPrev com o Bradesco, criando a rede UNNA.

Com isso, o plano que já tinha poucos profissionais em diversas regiões passou a ser quase nulo em algumas localidades. Tem ocorrido um verdadeiro descredenciamento em massa do plano. É preciso resolver essa situação e garantir um atendimento de qualidade para todos os bancários.

Sem contar a defasagem do plano, que não cobre, entre outros procedimentos modernos, a ortodontia, implantologia, reabilitação oral. A cobertura do plano não vai além de extração e obturação dentária.

Fonte: Contraf-CUT


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