O primeiro dia do Fórum Nacional A Invisibilidade Negra no Sistema Financeiro teve um chamado para o combate às desigualdades na sociedade e mesmo dentro do movimento sindical.
O 1º Fórum Nacional A Invisibilidade Negra no Sistema Financeiro começou na tarde desta segunda-feira, dia 28, em Salvador, fazendo um chamado para o combate às desigualdades na sociedade e mesmo dentro do movimento sindical. A mesa de abertura do evento reuniu representantes das entidades que apoiaram e participaram da organização do evento.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) foi representada por Marcel Barros, secretário-geral, e Deise Recoaro, secretária de Políticas Sociais. Também estiveram presentes Martiniano Costa, presidente da CUT Bahia, representando a direção nacional da Central; Raimundo Coutinho, do coletivo negro da CUT Bahia; Jerônimo Silva e Eliomar Carvalho, representando o Sindicato dos Bancários da Bahia; Nanci Andrade, representante da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe; Tomas Edson, representando o Sindicato dos Bancários do Extremo Sul da Bahia; e Moacir Costa, presidente da Apcef-BA.
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Deise destacou a descentralização e a representatividade do evento, que reúne dirigentes sindicais de diversos estados do país. “É um momento histórico, já que é a primeira vez que a Contraf-CUT realiza um evento como este em um estado do Nordeste”, lembrou. Estão participando dirigentes sindicais de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Sul, Acre, Bahia, Paraná, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Pará, Alagoas, Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal.
Marcel Barros recordou a publicação “O Rosto dos Bancários”, feita pela antiga Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT), em 2000, e que foi fundamental para revelar a situação da discriminação no sistema financeiro. “Para que possamos resolver o problema, é preciso conhecê-lo. Esse talvez tenha sido o principal avanço que alcançamos – o reconhecimento por parte dos bancos dessa realidade”, destacou.
“Esse é um passo que precisamos dar dentro do próprio movimento sindical. Dentro do nosso meio também temos problemas e é preciso reconhecer para buscar soluções. Precisamos sair daqui mais determinados a ter um país justo”, completou.
Eliomar, um dos organizadores do 1º Fórum, destacou o momento em que ocorre o evento e a importância da escolha de Salvador. “O ano de 2011 foi declarado pela ONU como o ano internacional dos afrodescendentes. Além disso, a cidade de Salvador foi recentemente escolhida como capital negra das Américas. É uma cidade em que não é possível esconder o racismo. Isso tudo se soma para potencializar a realização do 1º Fórum aqui”, disse o diretor do Sindicato da Bahia.
O presidente da CUT Bahia destacou a necessidade de discutir a questão racial no setor financeiro. “É um setor em que a discriminação é muito forte e os números mostram isso. O capital explora a todos, mas comete uma das maiores chagas com a preservação do racismo em nossa sociedade. É preciso nos aprofundar nessas questões para que possamos tratar do tema racial em nossa atividade sindical”, completou Martiniano.
Nanci Andrade cobrou a necessidade de um debate permanente sobre o tema. “Estamos cansados de saber que existe a discriminação racial e todo mês de novembro trazemos os números, mas não conseguimos levar a discussão a quem tem poder de mudar. É preciso tratar o tema o ano todo e não ficar só no papel. Temos que arregaçar as mangas e mudar a realidade da população negra”, concluiu.
Fonte: Contraf-CUT
Foto: Luis Batista