Além do expediente no domingo, bancários do Santander foram convocados para chegar mais cedo ao trabalho nos dois primeiros dias desta semana. Até o horário de abertura das agências foi modificado pelo banco.
Os bancários do grupo Santander foram convocados para trabalhar no dia 13 de fevereiro para realização das operações de integração das plataformas dos dois bancos. Mas o domingo não é o bastante e a direção da empresa divulgou um informativo em que convoca todos os gerentes gerais e de atendimento para chegarem a seus postos de trabalho às 7h30 na segunda e na terça-feira – o que, na prática, significa que todos os empregados das agências terão que começar a trabalhar no mesmo horário. Há denúncias de que bancários, de todas as funções, receberam a ordem de chegar mais cedo.
As agências também tiveram alteração em seu horário de atendimento ao público nos na segunda-feira. Por exemplo: no Rio de Janeiro (capital) o horário especial de abertura é às 9h. O comunicado distribuído aos funcionários com as orientações informa ainda que será possível fazer compensação e devolução no domingo, dia 13.
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O que impressiona é que esta operação está sendo mais trabalhosa que outras semelhantes. Quando houve a integração do Itaú-Unibanco, tudo foi bem mais simples: as agências migraram aos poucos, por grupos, sem nenhuma simulação. Somente os gerentes gerais e os gerentes administrativos participaram e o trabalho durou apenas um fim de semana. No caso do Santander Real foram feitas diversas simulações nacionais – com trabalho no fim de semana – a título de teste. Agora, além de tudo, os bancários vão ter que chegar mais cedo para evitar problemas no início do expediente.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) procurou os executivos de Relações Sindicais do grupo para questioná-los sobre estas medidas. No entanto, como sempre, os representes dos bancários ouviram evasivas. “Eles sempre dizem que não sabem de nada. Parece até que trabalham em outro banco, não no Santander. Acham que podem nos fazer de bobos”, declarou Luiza Mendes, funcionária do banco e diretora da Federação dos Bancários dos Estados do Rio e Espírito Santo.
Compensar não compensa
Além do domingo de trabalho, os bancários farão horas extras também nos dias em que a agência abrir mais cedo. Isso sem mencionar o trabalho extraordinário não previsto que pode surgir. A preocupação do movimento sindical é quanto ao pagamento destas horas extras. Para os sindicalistas, estas horas não podem entrar em banco de horas para compensação futura, têm que ser pagas, já que não se trata de trabalho extraordinário comum, mas de um esforço coletivo. Além do mais, o dia da compensação das horas extras raramente é escolhido pelo trabalhador. Às vezes o superior manda o funcionário para casa uma ou duas horas mais cedo, ou determina que no dia seguinte ele não precisa ir trabalhar, para compensar. Isto atende à necessidade do banco, que prefere o banco de horas a pagar pelo trabalho extra, mas atrapalha a vida do empregado”, pondera Luíza. O entendimento dos sindicalistas é que os bancários estão abrindo mão do seu descanso semanal e têm que receber por isso.
Assim que foi definida a data da integração, a Contraf-CUT procurou o banco para garantir os direitos dos trabalhadores. Foi acordado que a empresa arcará com as despesas de transporte e alimentação de todos os empregados convocados. O Santander se comprometeu também a conceder folga para os bancários como contrapartida ao trabalho no domingo. “E ainda temos que cobrar do banco a folga referente ao dia 09 de janeiro, data em que houve a última simulação, que ainda não foi concedida”, lembra Luíza Mendes.
Fonte: Feeb RJ-ES