Nesta terça-feira (25), a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander se reuniu com a direção do banco. A pauta do encontro foi a reestruturação do banco.
Apesar do crescimento contínuo da base dos clientes, o Santander vem reduzindo o número de agências e de trabalhadores. A informação é da economista e técnica do Dieese, Vivian Machado, que apresentou um diagnóstico completo da evolução financeira e operacional do banco nos últimos anos.
Nos primeiros nove meses de 2025, o Santander acumulou R$ 11,5 bilhões de lucro. A instituição segue entre os três maiores bancos privados do país, ostentando o melhor índice de eficiência do setor (37,5%).
Deste total, apenas 40% são do banco e 60% das demais empresas. A operação brasileira também é uma das principais responsáveis pelos resultados globais do grupo.
Apesar desse desempenho, a reestruturação atinge diretamente quem trabalha.
Desde 2019, o banco fechou 1.367 agências — uma queda de 58,7% — que passaram a ser chamadas de “lojas” nos balanços. No mesmo período, o número de clientes cresceu em 22,3 milhões (+47,4%). Com isso, a sobrecarga se ampliou: o número médio de clientes por empregado subiu 36,1% (de 988,8 para 1.346,2) e o número de clientes por agência aumentou 256,9%. A holding também encolheu, com 2.171 demissões em apenas três meses e 3.288 em doze meses.
Representantes de trabalhadores de todo o país relataram à direção do banco que as políticas de fechamento de unidades, redução de quadros e reorganização constante têm provocado:
- sobrecarga extrema de trabalho, especialmente nas unidades que absorvem demandas de agências fechadas;
- instabilidade e insegurança, já que reestruturações sucessivas são anunciadas sem a mínima transparência;
- adoecimento, com aumento de casos de estresse, ansiedade, depressão e afastamentos;
- desorganização operacional, que recai sobre quem está na ponta do atendimento e enfrenta uma clientela cada vez maior;
- temor sobre o futuro, já que cortes são feitos mesmo com lucros bilionários.
Além disso, a COE reforçou a necessidade urgente de que o Santander marque mesas específicas para tratar de três temas fundamentais: Saúde, Diversidade e Segurança Bancária.
*Fonte: Contraf-CUT