Na próxima segunda-feira (28) será realizada uma reunião com o tema “Negociação Nacional Bancária sobre Novas Tecnologias, como a IA, e a Atividade Bancária”.
O Comando Nacional dos Bancários levará para reunião questões sobre o impacto no mercado de trabalho, diante dos três cenários concomitantes: criação, transformação e eliminação de ocupações.
Entre as questões a serem apresentadas estão: qual ou quais desses cenários atingem em maior ou menor grau o ramo financeiro? E como se preparar para essas mudanças com o objetivo de proteger os trabalhadores?
A Febraban divulgou, em março deste ano, que 80% dos bancos já incorporaram a IA em suas operações: em 2024, os bancos brasileiros investiram R$ 42,3 bilhões em tecnologia e, em 2025, a expectativa é que esse volume aumente em 13% em relação ao ano anterior, alcançando R$ 47,8 bilhões.
De acordo com um relatório recente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no primeiro trimestre de 2025, foram eliminadas 1.197 vagas no setor bancário formal, número 67,8% superior ao registrado no mesmo período de 2024. Em 12 meses, esse corte foi mais expressivo: 7.473 postos a menos, sendo que, só em março, 1.111 vagas bancárias foram extintas.
Entretanto, os bancos apresentaram aumento de contratação na área de Tecnologia da Informação (TI): em 12 meses foram criadas 1.842 vagas.
Segundo Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o que está em jogo nesse debate não é só a proteção de empregos de uma categoria, mas a conscientização política sobre as mudanças que estão por vir e que poderão determinar se haverá ou não escalada na concentração de renda no mundo e, com isso, um aprofundamento da pobreza.
*Fonte: Contraf-CUT