O combate à violência contra a mulher ganhou reforço, nesta segunda-feira (25), com o início da campanha internacional “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”. No Brasil, a campanha teve início no Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, e vai até 10 de dezembro.
A antecipação é porque no Brasil as mulheres negras são maioria entre as vítimas da violência de gênero.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), todas as modalidades de violência contra mulheres cresceram no Brasil, entre 2022 e 2023. O estudo revela que entre as vítimas do feminicídio, 63,6% são mulheres e meninas negras, 71,1% entre 18 e 44 anos e 64,3% foram mortas dentro da própria residência.
A secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fernanda Lopes, explica que o feminicídio é uma das facetas da misoginia, expressão que define a manifestação de ódio ou aversão contra mulheres e meninas.
“Entre as várias formas que a misoginia se manifesta, estão as violências físicas, psicológicas, econômicas e simbólicas, por meio de ataques à figura feminina”, observa Fernanda.
Salários
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), do IBGE, baseada em dados referentes ao 2º trimestre de 2024, a população negra ganha 32% menos que outros trabalhadores com o mesmo nível de ensino, sendo as mulheres negras ainda mais prejudicadas.
Fernanda Lopes ressalta que a categoria bancária também registra desigualdade, apesar dos avanços. Segundo a dirigente, na última Campanha Salarial, a categoria conquistou avanços sociais fundamentais, com destaque para o comprometimento, por parte dos bancos, de bolsas de estudos para que mulheres negras se profissionalizem em tecnologia da informação (TI), a área que mais cresce no sistema bancário.
Violência
O movimento sindical bancário criou um programa de canais de atendimento jurídico para mulheres em situação de violência doméstica e familiar. O “Basta! Não iremos nos calar! Atende pelo whatsApp (21) 98013-0042no Rio de Janeiro.
*Fonte: Contraf-CUT