A terceira mesa de negociações para a Campanha dos Bancários 2024 foi realizada, nesta quinta-feira (11), com representantes do Comando Nacional dos Bancários e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). O tema foi “Igualdade de Oportunidades”.
Durante a reunião, o movimento sindical lembrou que na Consulta Nacional da Categoria Bancária, realizada com quase 47 mil trabalhadores do setor de todo o país, o tema Igualdade de Oportunidade apareceu na 5ª colocação entre as prioridades da classe, relacionadas às cláusulas sociais.
Entretanto, quando analisadas separadamente as respostas de homens e mulheres, Igualdade de Oportunidade apareceu na 1ª colocação para 65% das mulheres, atrás de outros temas das cláusulas sociais, como manutenção de direitos, combate ao assédio moral e emprego.
Para Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, “esse resultado aponta que as mulheres bancárias percebem claramente a situação de desigualdade salarial entre gêneros e de ascensão profissional dentro das empresas.”
Mesmo representando quase 48% da categoria, as bancárias têm remuneração média 20% inferior à remuneração média dos homens bancários. O recorte racial é ainda pior: as mulheres bancárias negras (pretas e pardas) têm remuneração média 36% inferior à remuneração média do bancário branco.
Abaixo, as reivindicações:
– Cumprimento da Lei da Igualdade Salarial entre homens e mulheres, especificamente no ponto sobre o Relatório de Transparência Salarial:
- Correção e adequação dos relatórios divulgados;
- Que divulguem os dados por empresa e não somente por estabelecimento (CNPJ);
- Que tragam o número absoluto de trabalhadores e trabalhadoras;
- E que os relatórios sejam compartilhados com os trabalhadores e com o Comando Nacional dos Bancários, para facilitar o acompanhamento.
– Realização do 4º Censo da Diversidade da categoria, o último foi divulgado em 2019.
– Olhar especial para as trabalhadoras e os trabalhadores transexuais, dada a vulnerabilidade social desse grupo, para que, além de terem acesso às vagas no setor, consigam permanecer e ascender na carreira.
– Adesão de todos os bancos ao Programa Empresa Cidadã, para que todos pratiquem a licença maternidade de 180 dias e paternidade de 20 dias.
– Programas de promoção de acesso à ascensão de negros e negras, além de igualdade salarial para toda a categoria.
– Programas de promoção para acesso e permanência de mulheres nas áreas de TI.
– Balanço, por bancos, sobre a implementação e realização dos programas de combate ao assédio e de violência doméstica.
Próximas reuniões:
Julho
18 e 25/07 – Saúde e condições de trabalho: incluindo discussões sobre pessoas com deficiência (PCDs), neurodivergentes e combate aos programas de metas abusivas
Agosto
6 e 13/08 – Cláusulas econômicas
20/08 – Em definição
27/08 – Em definição
*Fonte: Contraf-CUT