Em reunião com representantes das empregadas e dos empregados no GT Saúde, a Caixa Econômica Federal não apresentou as informações solicitadas para análise e debate de soluções dos problemas apontados pelos usuários do plano de saúde.
A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, disse que a maioria das informações já haviam sido divulgadas e estão disponíveis no Relatório de Administração do Saúde Caixa.
“A Caixa não atendeu as demandas que já havíamos apresentado durante as negociações, e que haviam sido reforçadas nos ofícios que mandamos para o banco em janeiro e agora, na semana passada. Além disso, as informações que nos trouxeram não nos permite avançar nas soluções necessárias”, observou Fabiana.
A implementação das Gerências e Representações Regionais de Pessoas (Gipes e Repes, respectivamente) continua sem resposta. Também estão sem resposta os comitês regionais de credenciamento e descredenciamentos, que podem contribuir com a melhoria do atendimento aos usuários e da rede credenciada.
Na mesma situação encontra-se a questão do aumento das especialidades médicas credenciadas ao plano em localidades mais remotas do país.
De acordo com a Caixa, o andamento do processo está aguardando a análise de espaços para locação e composição de equipes. Mas o banco não soube responder quantas Gipes serão e tampouco em quais localidades elas serão instaladas.
“É estranho o banco dizer que está em processo de análise de espaços e criação de equipes, mas não saber dizer quantas Gipes serão e as localidades das mesmas. Se está em análise, teriam que saber dizer, pelo menos, quantas serão”, criticou a coordenadora da CEE.
Outra questão cobrada foi a maior responsabilidade do banco com o GT, que é um espaço de debate para solução dos problemas do plano.
Dados insuficientes
O banco apresentou poucas informações referentes ao primeiro trimestre do ano. Segundo o banco, no fechamento do trimestre o Saúde Caixa possuía 280.583 usuários, com idade média de 44,07 anos. Após 197 credenciamentos e 102 descredenciamentos, a rede credenciada possuía, ao final de março, 19.340 prestadores de serviço e, no período foram realizados 1.004.659 atendimentos, com 16.763.111 procedimentos custeados.
Somadas as receitas (R$ 842,3 milhões) e despesas (R$ 916,6 milhões), o Saúde Caixa apresentou um déficit de R$ 74,3 milhões, com uma reserva técnica de R$ 104,4 milhões.
O diretor de Saúde e Previdência da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Leonardo Quadros, disse que “segundo os representantes da Caixa, o aumento nas despesas, que foi 24% no primeiro trimestre do ano passado, está relacionado em sua maior parte ao aumento na utilização, que estaria relacionado ao crescimento de casos de dengue. No entanto, as informações apresentadas na reunião não são suficientes para confirmar a hipótese. Reforçamos a necessidade de que os dados disponibilizados aos empregados possibilitem um acompanhamento efetivo do plano”.
Além disso, a representação dos empregados apontou inconsistências no relatório atuarial elaborado pela consultoria contratada pela Caixa, que não considerou as contratações previstas pelo concurso público em andamento e os efeitos do PDV, e cobrou sua revisão.
Também cobrou a disponibilização dos dados primários, para análise por consultoria contratada pela representação dos empregados.
A Caixa informou que deve revisar a projeção atuarial de 2024, e disse que os dados primários foram repassados para conferência para sua consultoria atuarial e que, em seguida, deverão ser disponibilizados para a representação dos empregados.
*Fonte: Contraf-CUT