Tesoureiro do HSBC Alcântara foi rendido em casa quando saía para trabalhar. Sua mulher e seu filho ficaram quase três horas em poder dos bandidos.
O bancário Alexandre Soares de Souza, 47 anos, ainda sofre as consequências do sequestro que sofreu em 11 de dezembro, junto com sua família, quando saía para trabalhar. “Estamos com medo até de espirro”, disse Alexandre, que é tesoureiro do HSBC na agência Alcântara e tem 28 anos de banco. Sua mulher, seu filho de 19 anos e uma menina de 5 anos ficaram cerca de três horas em poder dos bandidos armados enquanto ele foi obrigado a ir a agência pegar dinheiro. Os diretores do Sindicato Rubens Branquinho e Cláudio Barbosa foram até a agência no dia do crime dar assistência a Alexandre e fiscalizar se o banco estava cumprindo suas obrigações. O tesoureiro continua de licença médica e dia 14 fará perícia no INSS.
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Dois bandidos renderam Alexandre no portão de casa, por volta das 8h30. Ele foi obrigado a entrar de volta, e logo apareceu um terceiro integrante da quadrilha. “Meu filho foi acordado com revólver na cabeça”, lembra o bancário. Os assaltantes disseram que queriam todo o dinheiro do carro-forte que, segundo eles, chegaria às 9h20 à agência. Alexandre negou a informação, dizendo que não havia horário determinado para o carro-forte chegar. Nessa hora os bandidos reagiam mais energicamente. “Falavam que podia acontecer alguma coisa com a minha família, diziam que um deles já tinha mais de 100 anos de cadeia nas costas”, lembra o tesoureiro. Na maior parte do tempo, segundo ele, os assaltantes se mostraram calmos e frizavam que eram profissionais.
Família levada no carro da quadrilha
A esposa, o filho e a menina — que apenas conversava no portão quando os bandidos chegaram — foram levados no carro da quadrilha. Alexandre ouviu que eles só seriam libertados depois que ele fosse à agência e saísse pouco depois das 9h30, levando o dinheiro do carro-forte em sua maleta de notebook, que foi roubado pelos assaltantes. O bancário obedeceu as ordens e seguiu para seu local de trabalho, tenso, mas o carro-forte não chegava. Às 10h30, nervoso e preocupado com a família, Alexandre pôs na maleta algum dinheiro do cofre e saiu da agência, ligando um aparelho de celular dado pelos bandidos para contato. Andou por mais de 10 minutos pela rua com o dinheiro, sem contato da quadrilha. Finalmente os bandidos telefonaram e ordenaram que ele fosse a um local entregar o dinheiro.
Alexandre voltou para a agência, onde todos o procuravam, estranhando sua saída em silêncio. Ele só conseguiu contato com o celular da mulher algum tempo depois e foi encontrá-la por volta de meio-dia no bairro Colubandê. O bancário prestou depoimento à polícia no mesmo dia e vai depor novamente esta semana. O banco, segundo ele, vem cumprindo suas obrigações: dá assistência para o funcionário, a esposa e o filho, ajudou com uma viagem para retirá-los do ambiente de pós-estresse.
Outro bancário sequestrado, em Icaraí
Cinco dias depois, outro bancário foi vítima de sequestro-relâmpago, desta vez em Icaraí, Niterói. A vítima, de 25 anos, foi rendida por três homens armados e obrigado a circular durante uma hora com os suspeitos por várias ruas e favelas. Eles foram com o refém a dois caixas eletrônicos, mas só no segundo a vítima conseguiu sacar R$ 400. Após entregar o dinheiro aos bandidos, o bancário foi libertado na Rodovia Niterói-Manilha, na altura do Barreto.