A cláusula 87 da Convenção Coletiva de Trabalho foi uma das pautas da reunião entre representantes dos trabalhadores e do banco Santander no Grupo de Trabalho de Saúde, na última segunda-feira (13). O texto prevê o debate sobre as formas de acompanhamento das metas estipuladas para cada trabalhador e suas cobranças.
Também fizeram parte do debate o programa de incentivos aos funcionários da rede de agências no Brasil; e o programa Mais Certo, pelo qual o banco estabelece as metas semestrais para cada segmento de especialistas.
Durante o encontro foram apresentadas as atribuições das metas por ESN (especialista de serviço do negócio), como se dá o acompanhamento para que cada funcionário atinja as metas e um comitê de metas por segmento de clientes.
Segundo a área de incentivos, o Santander é o único banco que paga variável ao especialista de negócio do serviço, isto é, aos primeiros cargos que ingressam nas redes de agências.
Além disso, afirmaram que existe um canal de contestação para que o funcionário abra um chamado se ocorrer alguma alteração na produção, que não seja computada no sistema.
Alteração
O programa de incentivo do Santander sofreu uma alteração recentemente. Agora, o banco paga por resultado. Desta forma, na medida em que os trabalhadores entregam suas metas, são qualificados por produtividade e conduta no atendimento dos clientes, que é avaliada após as vendas dos produtos financeiros.
O banco mostrou aos representantes dos trabalhadores a área de incentivos as métricas e de que forma se dá o acompanhamento das metas, que são estabelecidas semestralmente, mas são monitoradas e cobradas mensalmente pelos trabalhadores.
Diversas denúncias foram apresentadas pelos representantes dos trabalhadores. Segundo os funcionários, muitas vezes há alteração das métricas antes do fechamento do mês. Os representantes do banco disseram que essas alterações acontecem quando ocorre algum erro sistêmico, mas eles seguem a meta semestral.
Além do programa Mais Certo, o Santander tem o Índice Certo, que são as metas diárias cobradas além do está estabelecido. Neste caso, os aceleradores incentivam com remuneração quem bater além da meta mensal.
A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Wanessa de Queiroz, ressaltou que “essa cobrança deve ser de acordo com as metas divulgadas semestralmente, para que também haja um incentivo e condições de trabalho adequadas aos funcionários. E as cobranças de área, de acordo com o índice certo, não reflitam em algo exagerado que seja prejudicial à saúde dos trabalhadores”.
Ficou estabelecido que os representantes dos trabalhadores continuarão acompanhando também a forma com que o banco faz a avaliação de qualidade e a aplicação das normas de conduta.
Outra reivindicação feita durante o encontro foi em relação ao treinamento de todos os funcionários da rede no sentido de esclarecer uma venda responsável dos produtos financeiros, tanto visando um bom atendimento ao cliente como também para que não haja penalizações, carta de orientações ou advertências aos trabalhadores.
Wanessa disse que os trabalhadores aguardam do banco uma nova data para prosseguir com as discussões.
“A gente precisa avançar nesse debate levando todas as reivindicações e tendo como incentivo o programa de pagamento da variável, frisando que o Santander faz o pagamento tanto da variável semestral como também da PLR, sem subtrair nenhuma das conquistas importantes, além das clausula na convenção coletiva de trabalho e do Acordo Coletivo de Trabalho, ambos com validade até 31 de agosto de 2024”, afirmou a coordenadora.