Fórum debate desigualdades sociais e racismo

 

O VII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro foi realizado em Porto Alegre na última sexta-feira (10) e sábado (11). O evento organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Contraf-CUT) e teve transmissão, em tempo real, pela internet.

 

Com o tema “Análise de conjuntura histórica das relações de trabalho e raciais no Brasil e suas consequências na vida da população negra”, o primeiro painel contou com apresentações do economista Mário Theodoro e da advogada Tamires Sampaio.

 

Segundo Theodoro, devido ao grande crescimento nas décadas de 1970 e 1980, o Brasil está entre as dez maiores economias do mundo. Porém, esse crescimento foi acompanhado do aumento da pobreza e desigualdade social.

 

Para a advogada Tamires Sampaio, para debater sobre relações de trabalho e raciais no Brasil, é preciso entender como a nossa sociedade foi construída.

 

“É importante entender que o início da história deste país é marcado por um processo de violência sistemática, de objetificação e animalização do nosso corpo. Porque para garantir e justificar o processo escravocrata da população negra e o genocídio da população indígena foi necessário construir um processo de desumanização”, afirmou. 

 

No segundo painel o debate foi sobre a participação de negros e negras no mercado de trabalho e as políticas de combate ao racismo. A mediação ficou por conta do diretor do SindBancários Guaracy Gonçalves e da dirigente da Fetrafi-NE Sandra Trajano.

 

Outro tema levantado durante o fórum foi relativo à educação, que contou com a participação de André Brandão, professor da Universidade Federal Fluminense e doutor em Ciências Sociais. Ele falou sobre as desigualdades educacionais no ensino superior e as políticas afirmativas de cotas.

 

“Houve um conjunto de articulações no período dos governos populares que proporcionou a incorporação de negros no ensino superior. Mas isso obviamente não equacionou as ocupações dentro da universidade, ainda temos no Brasil uma universidade majoritariamente branca, porém com um aumento consistente de pretos e pardos”, ressaltou.

 

*Fotos de Eduardo Seidl/Sindbancários