Negociação sobre Saúde Caixa avança após mobilizações

 

As representações dos empregados da Caixa conquistaram avanços em relação à renovação do acordo específico do plano de saúde. As negociações foram retomadas durante reunião na última quarta-feira (01).

 

A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, falou sobre as negociações.

 

“Avançamos para resolver o déficit de 2023 usando as reservas técnicas e de contingência e a Caixa se comprometeu a incorporar toda a despesa de pessoal deste ano. Resolvendo essa situação, vamos fazer o debate sobre o futuro do plano para 2024”, afirmou Juvandia.

 

As negociações foram retomadas pelo banco a pedido do Comando e depois das mobilizações realizadas por empregadas e empregados em todo o país. Durante a reunião, os representantes dos empregados destacaram a necessidade de o banco incorporar também as despesas de pessoal de 2022 e 2021, e não somente 2023.

 

Com a soma dos três anos, o valor referente à despesa de pessoal chega a cerca de R$ 192 milhões, o que cobriria todo o déficit projetado para o ano.

 

“Nós avançamos em um tema que está causando grande preocupação entre os empregados da Caixa ativos e aposentados. Esperamos, na reunião agendada para a próxima semana, avançar mais em uma proposta para ser avaliada em assembleias”, acrescentou a presidenta da Contraf-CUT.

 

Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, também falou sobre os avanços conquistados.

 

“Iniciamos a reunião com um cenário desfavorável aos usuários do plano de saúde. O efeito do déficit deste ano poderia impor aos empregados o pagamento de 4,5 contribuições extraordinárias para sua recomposição. Com as alternativas discutidas evitamos estas contribuições, e seguimos com as premissas originárias do Saúde Caixa de mutualismo, da solidariedade e do pacto intergeracional”, destacou Fabiana.

 

A Caixa apresentou como base para futura proposta para ajustar a situação financeira do plano a cobrança de mensalidades de todos os dependentes dos titulares. Os representantes dos empregados pediram mais informações sobre o impacto dessa medida para custeio. Os dados devem ser apresentados na próxima reunião, agendada para dia 9, próxima quinta-feira.

 

“Pontuamos que o processo de fechamento de acordo passa por medidas que não comprometam a renda das pessoas e nem torne inviável o uso do Saúde Caixa por todos”, afirmou Fabiana.

 

Os representantes da empresa ficaram de apresentar simulações.

 

A negociação foi um grande avanço, segundo os representantes dos trabalhadores. Inicialmente, a cobrança era de uma resolução para o déficit e que a Caixa assumisse as despesas administrativas. A Caixa propôs o uso das reservas e também assumir as despesas de pessoal. Como contraproposta, foi pedido que a Caixa incorporasse as despesas de pessoal desde 2021.

 

“É fundamental que os empregados e aposentados continuem mobilizados em defesa dessa que é, sem dúvida, uma das nossas principais conquistas. A sustentabilidade e viabilização do plano de saúde para todos representa a valorização e reconhecimento dos empregados para a Caixa e o Brasil”, ressaltou o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, que creditou o avanço às mobilizações do último dia 30.

 

A Caixa também se comprometeu a repassar com periodicidade as informações financeiras e atuariais do plano, para que os empregados possam realizar de forma contínua seu acompanhamento.

Sérgio Mendonça, vice-presidente de Pessoas da Caixa, disse que recebeu o aval do novo presidente do banco, Carlos Vieira, para dar continuidade às negociações e apesar do momento ser de transição.