Reajuste dos bancários vai injetar R$ 10,9 bi na economia do país

 

Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que o aumento real obtido pelos bancários nos salários, vales refeição e alimentação vai injetar cerca de R$ 10,9 bilhões na economia brasileira.

 

A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, afirmou que toda classe trabalhadora será beneficiada.

 

“O aumento real obtido pela luta da categoria, juntamente com seus sindicatos, proporciona ganhos não apenas para as bancárias e bancários, mas para toda a classe trabalhadora, para pequenos e médios comerciantes e para a economia do país de uma forma geral”, disse Juvandia.

 

Ainda segundo Juvandia, os ganhos se estendem por todo país porque a Convenção Coletiva da categoria é válida em todo território nacional.

 

“Temos um piso salarial nacional, os tíquetes têm o mesmo valor em São Paulo, ou em qualquer outro estado, ou cidade. E isso ajuda a fazer com que o reajuste contribua com a economia nacional”, completou Juvandia, que também é coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e vice-presidenta da CUT.

 

A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), aprovada pelos bancários na Campanha Nacional de 2022, é válida por dois anos, com acerto de aumento real de 0,5% acima da inflação.

 

Em 2023, a categoria teve aumento de 4,58% nos salários e em todos os direitos econômicos definidos na CCT, como vales refeição e alimentação, Participação nos Lucros e Resultados (PLR), auxílio creche/babá, entre outros.

 

Se contasse apenas com o reajuste de salários já haveria uma injeção de R$2,7 bilhões na economia. Com a PLR, em âmbito nacional, serão injetados R$7,8 bilhões até março de 2024, sendo que deste total, R$ 3,7 bilhões já foram injetados em setembro, com a primeira parcela.

 

Juvândia ressaltou a força dos sindicatos e a importância da sindicalização.

 

“A categoria bancária possui sindicatos fortes, que se unem em torno dos anseios dos trabalhadores que representam. Após a reforma trabalhista e durante a pandemia, quando muitas categorias, infelizmente, tiveram diversos direitos ceifados, nós conseguimos manter todos os direitos e ainda conquistamos aumento real nos salários. Isso mostra a importância de termos sindicatos fortes. E serve de alerta, não apenas para bancárias e bancários, mas para todas as trabalhadoras e trabalhadores para a necessidade de sindicalização e manutenção da luta sindical”, concluiu a presidenta da Contraf-CUT.

 

O levantamento do Dieese foi feito com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2021 e nos balanços dos bancos, com objetivo de apurar os reflexos do reajuste na economia do país.