Empregados querem aprofundar debates no Saúde Caixa

 

Em reunião na última terça-feira (15), representantes dos empregados no Grupo de Trabalho Saúde Caixa voltaram a questionar o banco sobre a demanda dos empregados de remover a limitação de 6,5% da folha de pagamentos e proventos para custeio do Saúde Caixa.

 

Durante o encontro, que aconteceu em Brasília, a coordenadora da representação dos trabalhadores, Fabiana Uehara, ressaltou que a aplicação do teto vai inviabilizar a sustentabilidade do plano.

“O banco tem divulgado uma revisão no estatuto. A gente quer saber qual parte do estatuto é analisada e esperamos que a retirada deste limitador esteja contemplada. Esta é uma demanda dos empregados e da representante dos trabalhadores no Conselho de Administração desde 2017. Se a Caixa não aprofundar o debate, entraremos num impasse”, disse Fabiana.

 

A representação dos empregados continua crítica às divergências dos números apresentados pelo banco. Entre os pontos, destaque para a diferença de R$ 82 milhões nas contribuições dos usuários que não estão inseridas nas reservas do plano, conforme apresentação do relatório do banco.

 

A Caixa buscou justificar os números e, diante das contestações dos representantes dos empregados, a empresa se comprometeu a enviar um documento justificando os números, inclusive a diferença no valor dos fundos de reservas desde a constituição do plano até 2022.

O banco informou ainda que aquele seria o último encontro do grupo e que os assuntos debatidos seriam encaminhados à mesa permanente. A decisão foi imediatamente questionada pela representação dos trabalhadores.

“O debate ainda está inconclusivo. Até o momento a Caixa não trouxe respostas suficientes, ainda não temos pleno acesso a dados que são base para construirmos em conjunto um modelo eficiente e custeio justo a todos os empregados”, avaliou Fabiana Proscholdt.

 

A coordenadora ressaltou que “se os números solicitados desde o início das discussões no GT fossem apresentados, já teríamos avançado muito. Depois de tantas reuniões a gente não ter, de fato, uma resposta para dar aos usuários é muito frustrante.”

O representante dos trabalhadores no GT, Leonardo Quadros destacou que a decisão fere o Acordo Coletivo, que prevê a manutenção do grupo para tratar do Saúde Caixa, sua sustentabilidade e qualidade.

 

“A Caixa precisa fornecer acesso às bases primárias do plano, com dados certificados, para que a consultoria contratada pela representação dos empregados faça as avaliações necessárias a fim de aprofundarmos os debates do custeio do plano”, reforçou Quadros.

Também representante dos empregados, Maria Lúcia Dejavitte, reforçou o posicionamento.

 

“O sentimento que fica é que o GT não cumpriu seu objetivo e as reuniões são apenas informes e não uma discussão aprofundada dos apontamentos que fizemos aqui. Esse GT é visto como oportunidade de criar algo que é muito valioso para os empregados, especialmente os aposentados. Quando saímos de uma reunião sem uma notícia, desperta uma ansiedade muito grande neles”, afirmou.

A Caixa, depois dos questionamentos, recuou e informou que vai dar continuidade ao GT. O calendário dos encontros ainda será definido.

A representação dos empregados reforçou a necessidade de aprofundar o debate em diversos pontos, inclusive sobre prevenção de doenças e promoção da saúde – ações que reduziriam os custos do plano.

“Isso vai refletir na melhoria da saúde ocupacional e da qualidade de vida dos empregados da ativa, aposentados e seus dependentes. Além de reduzir os custos, o plano deixará de tratar doenças e passará a tratar as pessoas”, ressaltou Fabiana.

 

Empresa de auditoria

 

A representação criticou novamente a mudança nos contratos de auditoria. Além da preocupação com a equipe de empregados da Cesad, que hoje realiza os serviços, os representantes criticam o escopo da contratação da nova empresa, que extrapola o papel de auditoria e tem atribuições como rotinas de credenciamento, por exemplo.

 

“Isto demonstra um claro problema de gestão”, observou Fabiana Uehara.

 

*Fonte: Contraf-CUT e Fenae