A Jornada de mobilização contra a política monetária do Banco Central teve início nesta sexta-feira (16), organizada pela CUT, centrais sindicais e movimentos populares. A campanha será permanente até que o BC, comandado por Roberto Campos Neto, baixe a taxa de juros básica, atualmente em 13,75%. É a maior taxa do mundo.
O primeiro dia da jornada contou com uma caminhada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, com a participação das centrais e de diversas entidades sindicais, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Também houve manifestação nas redes sociais com as hashtags #JurosBaixosJá e #ForaCamposNeto.
A presidenta a Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, falou sobre a importância do movimento.
“Essa manifestação é uma luta por emprego, por direitos, uma luta por qualidade de vida. Porque os juros que o Banco Central está praticando são extorsivos, impedem a geração de emprego, impedem que o trabalhador tenha recursos para comprar sua casa própria, seu carro”, destacou.
Juvandia mostrou alguns dos impactos negativos da alta taxa de juros para o país.
“Por isso que os pátios [das montadoras] estão cheios de carros. A indústria não está conseguindo vender. Se o trabalhador não compra, o comércio não vende, e, se não vende, o trabalhador começa a perder o seu emprego. Por isso que estamos na rua, para cobrar o Banco Central, que é o responsável por esses juros altos, pelo comércio não estar vendendo”, disse.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, que também participou do ato, falou sobre o efeito de tal política aos trabalhadores de baixa renda.
“Os juros altos são a forma mais cruel, mais perversa de transferir renda daqueles que são pobres para aqueles que são ricos. É uma vergonha o país perseguir meta de inflação. O país tem que perseguir meta de geração de emprego, de crescimento do trabalho, que é isso que o país precisa. Temos que baixar a taxa de juros”, destacou.
Segundo Sérgio Nobre, a pressão continuará nas ruas até o Banco Central baixar os juros. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, terá início no dia 20, quando centrais e movimentos populares farão protestos em frente às sedes do BC em várias cidades do Brasil.
“Não vamos sair das ruas enquanto o Campos Neto não baixar a Selic. Se ele não fizer isso, vamos ao Senado pedir a cassação dele. Porque o papel do presidente o BC é promover emprego, desenvolvimento do país e ele está fazendo o contrário”, continuou.
Pressão vai continuar
Na próxima segunda-feira (19), os movimentos sociais realizarão um grande tuitaço nas redes sociais, aumentando o compartilhamento de materiais gráficos e vídeos para que a população entenda os impactos negativos da política de juros altos implementada pelo BC. As mensagens serão compartilhadas com as hashtags #JurosBaixosJá e #ForaCamposNeto.
No dia 20 de junho, os movimentos populares realizarão protestos em todo país: em frente às sedes do BC, nas cidades onde elas existam, e em locais de grande circulação, nas cidades onde não há sedes do BC.
*Fonte: Contraf-CUT