Jornada contra juros altos terá tuitaço e manifestações

 

Um tuitaço com as hashtags #JurosBaixosJá e #ForaCamposNeto será uma das marcas da “Jornada de mobilização contra a política monetária do Banco Central”, com início nesta sexta-feira (16), a partir das 8h. A iniciativa é da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), com as demais centrais sindicais e movimentos populares.

 

Atualmente, o Banco Central mantém a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%, deixando o Brasil com o título de país com a maior taxa real do mundo, acarretando prejuízos à economia, aumento do endividamento da população e empresas investindo menos na expansão e criação de empregos.

Na segunda-feira, dia 19, um novo tuitaço será realizado, com as mesmas hashtags, para mobilizar e informar ainda mais a sociedade civil sobre o tema.

Para o dia 20, quando o Comitê de Política Monetário do Banco Central (Copom) voltará a se reunir para definir a taxa de juros referencial praticada no Brasil, estão previstas manifestações a partir das 10h em todo o país em frente aos prédios do BC, onde há sedes da entidade, ou em locais de grande circulação.

 

Efeitos adversos

 

Campos Neto assumiu a presidência do Banco Central em fevereiro de 2019. De janeiro de 2021 até abril de 2023, período em que a Selic passou de 2% para 13,75%, a taxa média de juros para pessoa física no país foi de 39,4% para 59,7% ao ano, enquanto a taxa de juros média para pessoa jurídica sofreu elevação de 15,2% para 23,9% ao ano, considerando o crédito livre. Ou seja, com a Selic mais alta, as contas pagas por famílias e empresas também ficam mais altas.

 

“Não se sustenta esse argumento que parte do princípio de que a maior parte da inflação no país é composta porque a população está gastando muito, ou seja, pela demanda. O consumo vem caindo entre a população e empresas. Na verdade, o que tem aumentado para esses grupos são os gastos com contratos de empréstimos e com cartões de crédito, que têm os juros cada vez maiores por causa da elevada Selic”, explica a economista da subseção do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Contraf-CUT, Vivian Machado.

Pesquisa divulgada, na última semana, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 71%das empresas no Brasil apontam a alta Selic como o principal impeditivo para terem acesso a crédito tanto de curto, como médio e longo prazo. Com crédito mais caro na praça, as empresas deixam de expandir seus negócios, prejudicando a geração de emprego no país.

“Os juros reais em patamares altos favorecem apenas a especulação no mercado financeiro, que beneficia parcela muito pequena da população. Vivemos em um país muito desigual, onde a maior parte é pobre e não tem nem poupança, que dirá títulos da dívida pública e investimentos no mercado financeiro. E é essa grande parcela que está submetida aos piores efeitos dos juros altos”, ressalta a presidente da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

 

*Fonte: Contraf-CUT