A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) promoveu um encontro com representantes de suas federações e vários sindicatos filiados, nesta quinta (25) e sexta-feira (26), para uma nova fase na organização do ramo financeiro. A reunião aconteceu na sede da entidade, em São Paulo.
Durante o evento, além do mapeamento dos segmentos que atuam no ramo, foi formalizado um plano de ação e instituído o Coletivo Nacional do Ramo Financeiro e Política Sindical.
Magaly Fagundes, secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Contraf-CUT, ressaltou que “a iniciativa é fundamental neste momento, pois a fragmentação das funções no sistema financeiro é grande e continua se aprofundando, e o movimento sindical precisa acompanhar essas mudanças para ampliar sua representatividade e assegurar que esses trabalhadores tenham garantidos seus direitos e alcancem novas conquistas”.
A subseção da Contraf-CUT do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentou um estudo mostrando o quanto o trabalho no setor financeiro tem se alterado nos últimos anos. Segundo o documento, enquanto a categoria bancária reduz e tem seu perfil modificado, outros segmentos crescem, porém com condições trabalhistas precárias, com remuneração cerca de 40% menor e jornada mais extensa.
Conceito mais amplo
O secretário-geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga, falou sobre a construção do ramo financeiro.
“A construção do ramo financeiro é fundamental para que os trabalhadores do setor que não são bancários também tenham representação. Essa é uma prioridade, inclusive para o movimento sindical, pois enquanto o sistema financeiro se mantém, o número de bancários reduz, pela fragmentação das categorias, com trabalhadores em tecnologia da informação (TI), crédito corporativo, seguros, planos de saúde e tantos outros”, afirmou Tabatinga.
A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, ressaltou que a importância da construção do ramo financeiro é decisiva no atual momento, em que ganham corpo os debates sobre a reforma sindical no Brasil.
“Estamos com um grupo de trabalho tripartite, discutindo alterações na legislação sindical, que buscam sindicatos representativos e fortes, com a valorização da negociação coletiva, mais amplas, como as da categoria bancária”, pontuou Juvandia.
Resultados
Durante o encontro, foi definido um plano estratégico de ação para a construção do ramo financeiro e aprovado um planejamento de nível nacional, que contempla campanha de comunicação com foco nos trabalhadores não representados e a organização de cursos de formação sobre a questão.
“No encontro foi apresentado um diagnóstico e definido um planejamento nacional para fortalecer a representação de todos os trabalhadores do ramo financeiro. Esse tema é prioritário para buscarmos reverter a pulverização arquitetada pelas empresas, no sentido de dividir e reduzir direitos dos trabalhadores do ramo financeiro”, explicou o secretário de Formação da Contraf-CUT, Rafael Zanon.
Magaly observou que “estamos nessa fase fundamental de mapeamento do ramo, e agora entramos num momento com iniciativas efetivas no sentido de construir o ramo.”
“O objetivo é que todos os trabalhadores do ramo financeiro tenham representação sindical forte, que amplie os direitos e permita novas conquistas”, completou a secretária.
Participaram do encontro, representantes dos sindicatos dos bancários de São Paulo, Curitiba, Londrina, Florianópolis, Brasília, Rio de Janeiro e Alagoas; da Fetec/PR, Fetrafi RJ/ES, Fetec/SP, Fetec/Centro-Norte, Fetrafi/RS, Fetrafi/NE e Federa/Rio.
*Fonte: Contraf-CUT